A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, instaurou inquérito no último dia 25, para investigar um crime chamado “golpe da mão fantasma” aplicado contra um empresário de Teresina, que teve prejuízo de mais de R$ 188 mil. O delegado Humberto Mácola está à frente das investigações.
A vítima do golpe foi o empresário Antônio Martins Bringel Neto, proprietário das empresas Realiza Veículos e Pajeú Truck Center, ambas situadas em Teresina. A polícia apura a ocorrência dos crimes de furto qualificado com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza.
Segundo boletim de ocorrência ao qual o GP1 teve acesso, no dia 1º de fevereiro deste ano o empresário recebeu ligações em seu telefone de uma pessoa se passando por funcionário do Banco do Brasil, informando que havia movimentações suspeitas nas suas contas bancárias. A pessoa o instruiu a baixar um aplicativo chamado Anydesk e ele, acreditando se tratar realmente de um contato do banco, baixou programa e imediatamente a tela do seu aparelho ficou preta, com a seguinte mensagem: “modo de segurança em manutenção”.
O suposto atendente continuou na ligação falando a porcentagem do processo, até que a tela do aparelho do empresário voltou normal, no que ele começou a estranhar e desligou o celular, decidindo acessar as contas através do notebook, quando foi surpreendido com várias transações em contas das empresas Realiza Veículos e Pajeú Truck Center.
Em diligências preliminares, a polícia identificou o envolvimento de, ao menos, oito pessoas, todas elas beneficiárias das transações criminosas.
Prejuízo
As transferências realizadas pelos criminosos causaram um prejuízo ao empresário no valor de R$ 188.216,37 (cento e oitenta e oito mil duzentos e dezesseis reais e trinta e sete centavos).
Número do telefone usado no crime
A linha telefônica que entrou em contato com o empresário estava habilitada em nome de um promotor de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Conforme a polícia, o promotor teve seus dados pessoais usados indevidamente para cadastrar o número junto à operadora de telefonia. Tal prática é comum para dificultar a identificação dos criminosos.
Golpe da mão fantasma
O crime investigado funciona da seguinte forma: os criminosos entram em contato com se passando por falsos funcionários de bancos, induzindo a vítima, mediante a falsa informação de que sua conta foi invadida, a seguir procedimentos, que visam a instalação de aplicativo de VPN (rede privada virtual), afirmando se tratar de procedimento de segurança da instituição financeira. O aplicativo instalado permite o acesso remoto aos criminosos, que acessam a conta e utilizam o aplicativo do banco da vítima para fazer transações fraudulentas, como pagamentos de boletos, transferências para contas de laranjas e pedidos de empréstimos.
Para dar maior credibilidade, os criminosos usam dos números falsos dos próprios bancos, simulados através de aplicativos (programas), para executar as ligações.
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