O delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança, afirmou em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (11) que o influenciador Itallo Bruno e os outros seis presos durante a Operação Jogo Sujo lavaram dinheiro para uma facção criminosa atuante em Teresina.
Segundo a autoridade policial, foram encontradas movimentações bancárias dos alvos da operação com um membro de facção criminosa que está preso, denotando vínculo dos investigados com a organização criminosa, por meio da prática de jogos de azar e lavagem de capitais.
"Com relação a essa operação, encontramos movimentações bancárias com uma pessoa que está dentro do sistema prisional, que faz parte de uma facção criminosa e que, possivelmente [Itallo e os demais presos], estavam fazendo a lavagem do dinheiro para essa facção criminosa. Vamos esclarecer os fatos para determinar o porquê dessas movimentações bancárias com essa pessoa que estava presa", esclareceu o delegado Matheus Zanatta.
O superintendente de Operações Integradas detalhou como o influenciador digital e os outros presos agiam para simular aspecto de legalidade ao esquema criminoso. "A operação visa reprimir os jogos de azar, organização criminosa e a lavagem de capitais. Com as rifas, que é o jogo de azar, eles [investigados] cooptavam valores que eram repassados para terceiras pessoas para comprar imóveis, carros e motocicletas de luxo, dessa forma, eles lavavam o dinheiro e davam um aspecto de legalidade aos valores. Vamos fazer o fechamento dela [Operação Jogo Sujo] em 10 dias e apresentar o relatório final", pontuou o Zanatta.
Envolvimento de familiares do influenciador
De acordo com o delegado Humberto Mácola, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que capitaneou as investigações sobre o caso, o influenciador colocou diversos bens nos nomes de seus familiares. "Ele [Ítalo Bruno] colocava muitos bens no nome da mãe, da irmã e de outras pessoas, primeiro por não ser no nome dele e segundo por serem pessoas de confiança, que ele sabia que não iriam vender os veículos e a casa", expôs o delegado da DRCI.
"São pessoas vinculadas ao crime, ou sendo utilizadas como laranjas para colocar os bens nos nomes delas, porque você aceitar que uma pessoa coloque um Porsche de R$ 950 mil no seu nome é muito temerário, ou pessoas que exerciam alguma função para que o crime acontecesse, para que a contravenção acontecesse, ou servindo de despachante, ou servindo de corretores de veículos, ou servindo de pessoas que escolhiam os veículos que iam ser comprados, então sempre vinculadas de alguma forma ao crime", acrescentou o delegado Humberto Mácola,
Operação Jogo Sujo
Na manhã desta quinta-feira (11), sete pessoas foram presas, entre elas, o influenciador Itallo Bruno, sob acusação de obter vantagem ilegal por meio de jogos de azar e ocultação de patrimônio, que teriam sido adquiridos pela prática ilegal dos jogos. Durante a ação policial, foram apreendidos 18 veículos de luxo, entre carros e motocicletas, assim como uma arma de fogo.
A polícia ainda divulgou que os suspeitos estão sendo investigados pela prática de crimes, como o de organização criminosa, lavagem de dinheiro e jogos de azar, cujas penas de reclusão podem atingir até 18 anos de prisão.
Blogueiro dos “graus” e das rifas
Itallo Bruno acumula quase 680 mil seguidores no seu Instagram e é conhecido por ostentar motos de luxo, as quais faz manobras de empinar a roda dianteira, conhecido como “grau”. O blogueiro também divulgava rifas que prometiam prêmios de grandes valores, com sorteios de valor bem abaixo.
Por meio do seu perfil, ele realizava diversas publicações em viagens pelo Brasil e também fazendo o uso de veículos de alto valor financeiro. Constantemente, o influenciador postava e comentava sobre a compra de novos veículos para uso pessoal.
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