A Polícia Civil de Campo Maior está investigando a morte de Nicolas Eduardo da Silva Sousa, uma criança de 5 anos, após atendimento médico no Hospital Regional de Campo Maior na última segunda-feira (10). A família acusa a unidade de saúde de negligência médica.
Ao GP1, a delegada Roberta Leão, do 2º Distrito Policial de Campo Maior, informou nesta quarta-feira (12) que já foi realizado o exame necroscópico e que a polícia está aguardando o resultado.
O que diz a família
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado pela família, Nicolas Eduardo da Silva Sousa foi levado ao hospital com sintomas de diarreia e vômito. Após o atendimento, ele foi encaminhado para a sala de medicação, onde, segundo a mãe da criança, foi aplicada uma injeção no bumbum (benzetacil) e, em seguida, foi liberado.
Ainda de acordo com o B.O., já em casa, após aplicar a primeira medicação prescrita no receituário, a criança começou a vomitar e foi levada de volta ao hospital, onde foi levada para a sala de estabilização sem a presença da mãe. Momentos depois, a mãe foi informada sobre o falecimento de Nicolas.
Consta ainda que a mãe pediu uma cópia do prontuário de atendimento, mas o hospital não disponibilizou. Além disso, foi informado que o corpo foi liberado sem a presença do IML ou de um perito médico para verificar a causa da morte.
O que diz o hospital
Em nota, o Hospital Regional de Campo Maior contou que a criança recebeu atendimento na noite do dia 10 de abril e que não procede a informação sobre aplicação da benzetacil. Segundo a unidade de saúde, a medicação prescrita foi própria para vômito e uma outra para febre e que a família foi orientada a permanecer no hospital até a alta médica.
“Horas mais tarde, por volta das 21h15, o médico é chamado novamente à sala de estabilização para atendimento da criança que havia retornado sem sinais vitais, e com sinais de parada cardiorrespiratória que não devia ser recente, devido às características da pele do paciente, apresentando livedo reticular em membros inferiores e cianose de extremidades”, diz trecho da nota.
Confira abaixo a nota na íntegra
O Hospital Regional de Campo Maior esclarece que o paciente recebeu o atendimento adequado por volta das 19h10 desta segunda-feira. Não procede a informação divulgada na imprensa de que foi aplicada benzetacil no paciente. A medicação prescrita foi própria para vômito e uma outra para febre. O Hospital esclarece ainda que pediu aos familiares que aguardassem na unidade de saúde até a alta médica.
Horas mais tarde, por volta das 21h15, o médico é chamado novamente à sala de estabilização para atendimento da criança que havia retornado sem sinais vitais, e com sinais de parada cardiorrespiratória que não devia ser recente, devido às características da pele do paciente, apresentando livedo reticular em membros inferiores e cianose de extremidades.
Foi iniciado prontamente manobras de reanimação, incluindo massagem cardíaca, administração de adrenalina e intubação orotraqueal, procedimento durante o qual foi observado grande quantidade de conteúdo gástrico em entrada de via área, com realização de múltiplas aspirações, o que levou ao médico constatar asfixia devido a broncoespasmo como causa da morte.
Foi informada a família sobre os procedimentos realizados e que existia a possibilidade de encaminhar o corpo para o sistema de verificação de óbito, caso fosse do desejo dos familiares dirimir quaisquer dúvidas sobre os eventos que levaram a morte. Porém, a família não aceitou, alegando ser um processo demorado.
O Hospital Regional de Campo Maior está aberto para quaisquer esclarecimentos.
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