O Bahia veio à Teresina e foi eliminado da Copa do Nordeste após o empate em 1 a 1 com o Fluminense-PI, ambos lanternas de seus respectivos grupos. Com o calendário cheio, repleto de jogos em dias próximos – o que é comum com o apertado calendário brasileiro, aonde os estaduais são o carro-chefe do primeiro semestre do futebol – os questionamentos sobre padrão de jogo e questões inerentes ao campo começam a pipocar à medida que os resultados não aparecem e o desempenho é avaliado de maneira negativa, seja pela torcida, seja por quem acompanha o time.
Mas, afinal, o que fazer, ainda mais quando se é necessário implementar sua filosofia de jogo desde o zero, com jogadores acrescidos ao plantel com o passar do tempo? Para Renato Paiva não há segredo: tempo para trabalhar.
“Tempo para trabalhar, coisa que nós não temos. São 19 jogos feitos em dois meses. Isso é uma volta inteira que se faz no Campeonato Português, que se faz em seis meses, mas a realidade é essa. Nós começamos bem a temporada e jogávamos bem nos primeiros jogos, mas no momento em que fomos avançando no tempo e treinando menos vamos perdendo referências e dinâmicas, ainda que hoje tenhamos um gramado difícil, ainda que hoje tenhamos posto em prática muitas das dinâmicas que não conseguimos pôr no último jogo ou mesmo no jogo diante do Vitória. Hoje, curiosamente, conseguimos por, não conseguimos mais uma vez ser determinantes na finalização. Isso não vai de outra forma, que não seja com tempo de trabalho”, disse Renato Paiva.
“O padrão vem através do treino, vem através dos comportamentos que se adquirem em campo e muitas das coisas que estão sendo postas aqui e que não tem sido regular foi o que nós pudemos fazer na pré-temporada, quando não tivemos competição, depois, entretanto, assim que começaram as competições já chegaram mais jogadores e nós vamos sempre os adicionando a nossa ideia de jogo”, complementou o técnico.
Quando Paiva fala sobre tempo, traz um recorte desde a estreia na fase eliminatória na Copa do Brasil, com a vitória do Tricolor de Aço diante da Jacuipense. De lá para cá, foram outros quatro jogos a cada três dias, todos com necessidade de viagem, a escalação diante do Fluminense-PI viu apenas um titular da última partida, o lateral-direito Cicinho. Com tantas viagens seguidas, afinal, como se transmite uma ideia de jogo? Os vídeos, trabalhados de forma individual com os atletas e por setores, como apontou o técnico, são uma parte, mas não compõem o todo.
“As poucas melhorias e correções que a gente consegue fazer é exatamente na base do vídeo, da conversa individual e de setores, não conseguimos fazer outra coisa, em especial nesse período de jogos desde a eliminatória da Copa do Brasil contra a Jacuipense. Humanamente, para um treinador que tem uma equipe de trabalho e jogadores que precisam ser respeitados biologicamente em função do desgaste de jogo, aptidão para treinar e preparação para o próximo jogo, que muitas vezes são 48h, não se consegue fazer muito mais que isso, não deixar de trabalhar, mas eu prefiro trabalhar no campo, a teoria, o vídeo, complementa, não é fundamental”, finalizou Renato Paiva.
Agora, Paiva e seus comandados não terão mais tanto tempo para treinar e já tem um compromisso importante neste sábado (18), quando encaram o Itabuna, no jogo de volta da semifinal do Campeonato Baiano, às 16h. No dia 22, o time volta a campo pela última rodada da Copa do Nordeste e encara o CRB, às 21h30. Após o duelo contra o Galo de Campina, o técnico terá 23 dias para trabalhar, com as finais do Baiano – caso chegue – no ínterim com jogos nos dias 2 e 9 de abril.
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