A advogada Claudete Miranda foi agredida dentro da Central de Flagrantes da Polícia Civil, no centro de Teresina, na noite dessa quarta-feira (27). Conforme Boletim de Ocorrência, obtido pelo GP1, o fato aconteceu quando a advogada se encontrava dentro da sala da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Central de Flagrantes, ocasião em que três irmãs a agrediram com socos e puxões nos cabelos.
Claudete chegou ainda a ser arrastada pelos cabelos na tentativa de levá-la para fora da delegacia. As agressões só cessaram com a atuação de advogados e de policiais militares, que foram acionados. O crime aconteceu por volta das 23h, quando a advogada trabalhava no plantão e foi à portaria assinar o livro que permite o acesso para falar com os conduzidos.
Claudete Miranda foi submetida a exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML). Ela teve ferimentos em todo o corpo e um dente quebrado. A advogada prestou declarações ao delegado João Paulo de Lima, ocasião em que relatou que além de ser lesionada, foi agredida verbalmente, sendo chamada de “vagabunda, safada, fuleira, rapariga safada, advogada incompetente e pilantra”.
As três irmãs que participaram da agressão receberam voz de prisão, mas apenas assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) na própria Central de Flagrantes da Polícia Civil e, em seguida, foram liberadas. Elas deverão responder por lesão corporal leve, injúria e ameaça.
Outro lado
A defesa de Vanessa Leite, uma das três irmãs acusadas de agredir a advogada Claudete Miranda, entrou em contato com o GP1 e afirmou que Vanessa estava sofrendo constantes ameaças por parte de Claudete e suas colegas advogadas, chegando a transformar seu ambiente de trabalho em “hostil”. Além disso, a advogada lamentou o ocorrido.
Confira a nota na íntegra:
Prezados colegas e membros da comunidade jurídica,
Gostaria de relatar um incidente grave ocorrido comigo, Dra. Vanessa Leite, no dia 27 de dezembro de 2023, na Central de Flagrantes, envolvendo a Dra. Claudete Miranda. É com grande pesar que esclareço que não compactuo com as agressões proferidas contra a Dra. Claudete, apesar das divergências profissionais.
Constantemente, a Dra. Claudete e seu grupo de quatro advogadas vinham me ameaçando, fato que já havia sido objeto de representação perante a OAB e registrado em Boletim de Ocorrência anterior ao incidente. No fatídico dia, as ameaças persistiram, impactando meu desempenho profissional e gerando um ambiente hostil.
Preocupada com minha segurança, busquei apoio de minhas irmãs, informando-as sobre as ameaças e o clima intimidador promovido pela Dra. Claudete. Suas intenções eram de acalmar-me e oferecer suporte emocional. No entanto, lamentavelmente, a Dra. Claudete, ao se dirigir ao balcão da Central, empurrou uma das minhas irmãs, dando início a um conflito lamentável. Quero deixar claro que não participei das agressões, não pedi para irem a Central de Flagrantes e sequer pedi às minhas irmãs para agredir, fato comprovado pelo delegado plantonista que verificou meu celular e constatou que havia apenas uma mensagem informando que, mais uma vez, estava sendo ameaçada por Dra. Claudete Miranda e impedida de trabalhar.
Devo ressaltar que sou uma jovem advogada e que tais eventos impactam não apenas minha integridade, mas também a confiança no ambiente profissional. Manifesto meu repúdio à violência e reitero meu compromisso com a ética e o respeito no exercício da advocacia.
Espero que a comunidade jurídica compreenda a gravidade da situação e que a OAB, instância à qual recorri anteriormente, tome as medidas cabíveis para garantir a integridade e a ética no exercício de nossa profissão.
Atenciosamente,
Dra. Vanessa Leite
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