O GP1 obteve acesso, com exclusividade, a documentos que mostram que a empresária Letice Maria Sousa Colasso, presa na manhã desta quarta-feira (20), pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil do Piauí, aplicou o golpe do PIX no valor de R$ 53.000,00 (cinquenta e três mil reais) em uma empresária com quem negociou a compra de equipamentos para sua academia. O caso ocorreu no dia 13 de abril de 2022.
À época dos fatos, a vítima T. K. B. M. C. R. anunciou a venda de aparelhos de academia na OLX e, logo em seguida, Letice Colasso entrou em contato, manifestando interesse em comprá-los.
As negociações avançaram por meio de mensagens no WhatsApp, até que as duas acordaram que Letice Colasso deveria pagar a quantia de R$ 53.000,00 (cinquenta e três mil reais) à vista por PIX/transferência bancária na entrega dos equipamentos, bem como o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), após 30 dias.
Inicialmente, Letice combinou de ver os equipamentos no dia 08 de abril de 2022, mas não compareceu. Dias depois, a mãe de Letice foi até a academia da vítima e ofereceu propriedades em troca dos equipamentos, o que foi recusado. Por fim, já no dia 13 abril de 2022, Letice Colasso entrou em contato com a proprietária dos aparelhos, alegando que conseguiu a quantia em dinheiro para comprar os equipamentos e que queria finalizar o negócio.
Na ocasião, a golpista mandou seu marido, identificado João Victor Veloso Lima Verde, ir até a academia da vítima com um caminhão, a fim de buscar os aparelhos, enquanto aguardava atendimento na agência bancária para realizar a transferência do valor de R$ 53 mil.
Marido fez a retirada dos equipamentos
Enquanto os equipamentos eram retirados da academia pelo companheiro da acusada, João Victor Veloso Lima Verde, Letice enviou para a vítima diversas mensagens, áudios e fotos de dentro da agência bancária, informando sobre a demora em ser atendida. Em determinado momento, ela pediu a chave PIX para a proprietária e, em seguida, enviou um comprovante de agendamento do valor de R$ 53 mil.
Depois disso, o companheiro de Letice saiu com o caminhão, levando todos os equipamentos.
Golpe do PIX
Ao perceber que se tratava de um comprovante de agendamento, a vítima exigiu a efetivação da transferência ou a devolução dos aparelhos, tendo em vista que a acusada não cumpriu o acordo, porém, Letice passou a apresentar desculpas e parou de responder as mensagens.
Após reiteradas e fracassadas cobranças, a proprietária dos equipamentos notou que havia sido vítima de um golpe e registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil do Piauí.
Mãe e marido de Letice Colasso foram ouvidos
Ao serem inquiridos pela autoridade policial, a fim de prestar esclarecimentos, a mãe e o marido de Letice informaram que foram responsáveis apenas por recolher os equipamentos da academia, mas não sabiam que o pagamento não havia sido realizado.
Apesar da possibilidade de Acordo de Não Persecução Penal, o Ministério Público acusou que Letice Colasso já era contumaz na prática criminosa e a denunciou à Justiça, pedindo sua condenação.
Prisão de Letice Colasso
A Polícia Civil do Piauí, através da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), prendeu nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (20), no condomínio Terras Alphaville, a empresária Letice Maria Sousa Colasso, acusada de utilizar suas redes sociais para aplicar golpes, dentre eles, a tentativa de venda do imóvel no referido condomínio onde ela reside de aluguel.
O GP1 obteve acesso com exclusividade à investigação, que apontou que Letice Colasso utilizava a rede social Instagram, @leticecolasso, para promover suas atividades profissionais na área de educação física, nutrição e empreendedorismo, o que inclui a propriedade de diversas academias de musculação.
No referido perfil, a acusada levava uma vida de luxo, onde também fazia ampla divulgação de sua vida pessoal, ostentando bens e viagens nacionais e internacionais, incluindo roteiros famosos como Disney e Dubai. Em contrapartida, mesmo diante de todo potencial financeiro demonstrado em rede social, o GP1 apurou que a acusada enfrenta vários processos cíveis e criminais, motivados pelo não cumprimento de compromissos financeiros firmados por ela, quando ela buscava adquirir bens.
Um dos fatos mais curiosos da investigação foi a publicação de anúncio de venda de um imóvel que não é de sua propriedade, locado por Letice Colasso, em um valor muito abaixo do valor de mercado em uma rede social de grande alcance, com cerca de 156 mil seguidores.
A verdadeira proprietária da casa procurou a Polícia Civil e informou que Letice e seu marido estavam inadimplentes com o pagamento do aluguel desde o mês de junho de 2023 e que acabou sendo surpreendida, por meio de interposta pessoa, sobre um anúncio de venda da casa locada, por meio dos "stories" do perfil do Instagram @leticecolasso. Na postagem, a qual o GP1 obteve acesso, a casa está à venda pelo valor de R$ 1.400.000,00 (um milhão e quatrocentos mil reais), bastante abaixo do preço de venda.
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