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Teresina - Piauí

Empresário é preso em Teresina acusado de distribuir medicamento para produção de droga no DF

Segundo a polícia, ele é proprietário de uma loja de medicamentos veterinários na Avenida João XXIII.

Alef Leão/GP1 1 / 8 Apreensão de cetamina Apreensão de cetamina
Alef Leão/GP1 2 / 8 A prisão foi feita pelo Denarc A prisão foi feita pelo Denarc
Alef Leão/GP1 3 / 8 O empresário foi preso em flagrante O empresário foi preso em flagrante
Alef Leão/GP1 4 / 8 A medicação era usada para fabricar a droga Keyla ou Key A medicação era usada para fabricar a droga Keyla ou Key
Alef Leão/GP1 5 / 8 Anestésico Cetamina Anestésico Cetamina
Alef Leão/GP1 6 / 8 Delegada Alessandra Santos, do DENARC Delegada Alessandra Santos, do DENARC
Alef Leão/GP1 7 / 8 A loja do empresário é a J R Rações A loja do empresário é a J R Rações
Alef Leão/GP1 8 / 8 J R Rações J R Rações

O empresário José Raimundo de Oliveira, proprietário da loja de medicamentos veterinários JR Rações, foi preso na manhã desta quarta-feira (08), na Avenida João XXIII em Teresina, sob acusação de revender ilegalmente a medicação anestésica Cetamina, utilizado para fabricar a nova droga conhecida como Keyla ou Key, para criminosos em Brasília.

A prisão foi feita pelo Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) do Piauí, que prestou apoio à operação deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que abrangeu ainda o estado de Goiás.


Segundo a delegada Alexandra Santos, coordenadora do Denarc do Piauí, as investigações capitaneadas pela Polícia Civil do Distrito Federal, duraram cerca de 6 meses. Durante esse período, foi desvendado que a logística e operacionalidade adotadas pela organização criminosa já estava em funcionamento há pelo menos 5 anos. Com o avanço das diligências, a PCDF identificou o empresário e seus dois filhos como responsáveis por comprarem os medicamentos e os revenderem para a organização criminosa, que havia estabelecido uma rota de tráfico da droga entre Teresina e a capital federal, Brasília.

“A loja encaminhava o medicamento para Brasília. Ele [proprietário da loja] efetivava a compra aqui e essa compra era vendida de maneira irregular, pois as notas fiscais eram camufladas. Então, a informação [sobre a venda do medicamento] não constava no sistema, porque se constasse, tinha que ter a receita, então [esse medicamento] era vendido de forma irregular. As notas fiscais eram camufladas constando outros medicamentos que não precisavam de receita, do controle especial, e eram encaminhados para Brasília por uma empresa de ônibus, através da participação de um funcionário da empresa de ônibus, que também foi preso em Brasília”, explicou a delegada Alexandra Santos, coordenadora do Denarc do Piauí.

Apreensão inédita e cumprimento de mandados em Teresina

Em Teresina, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva. Três mandados de buscas ocorreram em residências ligadas aos investigados e outro na loja de produtos veterinários, de propriedade do empresário José Raimundo de Oliveira. Ao todo, foram apreendidos mais de 170 frascos de Cetamina.

Segundo o Denarc do Piauí, os mais de 170 frascos de Cetaminas apreendidos configuram a maior apreensão do entorpecente no Nordeste "Isso nunca tinha sido apreendido aqui, mas hoje ele [Cetamina] tem sido bastante utilizado por esse público que consome drogas sintéticas", afirmou a delegada Alexandra Santos.

"Rei da Keyla": líder da organização criminosa foi preso no DF

O alvo identificado como Flávio Dias Cordeiro, apontado como líder do grupo criminoso, também foi preso em Brasília nesta quarta-feira (08). Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, “Rei da Keyla”, como Flávio é mais conhecido, tem extensa ficha criminal e ostentava nas redes sociais com viagens ao exterior, em momentos de luxo em boates.

Ainda de acordo com a Polícia Civil do DF, o homem possui uma Mercedes Benz modelo C180, bem como imóveis em nomes de terceiros para ocultar seu patrimônio. Flávio teve bens bloqueados e apreendidos, avaliados em R$ 3 milhões.

Poder alucinógeno 10x maior que a cocaína

Conforme as informações fornecidas pela coordenadora do Denarc do Piauí, o medicamento Cetamina é um anestésico utilizado em procedimentos em animais de grande porte, como equinos, no entanto, ao passar por processo manual para transformá-lo em uma substância em pó, gerava-se um entorpecente conhecido como conhecido como Ketamina, Keta, Keyla, ou Key, com poder alucinógeno 10x maior que a cocaína.

"Depois de sintetizado, de uma forma caseira, era feito o entorpecente Ketamina, que é um entorpecente sintético, de uso recreativo, muito utilizado em festas raves, em baladas. É uma droga altamente potente, chamada também de droga Key, Keta, Especial K. É uma droga com o efeito anestésico muito forte. A fórmula inicial, a Cetamina, é um medicamento controlado, muito utilizado no meio veterinário para animais de grandes portes, forte anestésico e analgésico também. Ele nunca tinha sido apreendido aqui, mas hoje ele tem sido bastante utilizado por esse público que consome drogas sintéticas", detalhou a delegada Alexandra Santos.

Efeito devastador à saúde

O efeito da substância entorpecente em humanos, provoca um estado de transe, proporcionando alívio da dor, sedação, perda de memória e efeitos psicodélicos. No entanto, a droga causa uma série de danos à saúde, além de deixar os usuários mais vulneráveis a perigos, devido aos apagões que ela causa. Por conta de seu efeito, a ketamina é um dos componentes utilizados no “Boa noite, Cinderela”, coquetel manipulado por criminosos para roubar ou estuprar suas vítimas.

Mercado ilegal lucrativo

"É algo bem lucrativo, só esse ano, esse alvo que foi preso lá em Brasília hoje, adquiriu mais de 140 mil dessas substâncias aqui dessa loja. Hoje também foi efetivado o bloqueio das contas, tanto dos alvos, quanto da empresa, no encoste de até R$ 780 mil reais. Então assim, movimentava muito [dinheiro]. Esse indivíduo lá de Brasília que comprava desse [empresário] daqui, lucrava semanalmente mais de R$ 60 mil, é um indivíduo que vivia em um padrão muito alto de vida. Esse mercado dessas drogas utilizadas em baladas, em raves, utilizadas como drogas recreativas, essas sintéticas, tem movimentado bastante", destacou a delegada Alexandra Santos.

Todos os investigados foram indiciados pelos crimes de tráfico de drogas interestadual de forma continuada, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, as penas somadas dos crimes imputados podem ultrapassar 35 anos de prisão.

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