O Campeonato Piauiense viu seu primeiro treinador deixar um clube. Recém-alçado à Série A estadual, o Comercial demitiu José Carlos Amaral e desligou outros quatro atletas: o goleiro Gustavo, o meia Batatinha, e os atacantes Roger e Feijão. Sem nenhuma vitória e nenhum ponto somado no torneio, a diretoria optou por encerrar o vínculo.
O GP1 Esporte conversou com José Amaral após a saída do clube. Para o treinador de 65 anos, a demissão é “aceitável e compreensível”, devido a falta de resultados apresentados em campo.
“Aceitável e compreensível no meu entender. Início pedindo desculpas por não ter conseguido levar a equipe a obter bons resultados. Esse pedido de desculpas está direcionado aos torcedores, diretores, presidente e aos investidores. Nenhum treinador erra de propósito no intuito de perder o jogo e consequentemente o emprego. Afirmo isso fundamentado na minha vida profissional. Não tenho nenhuma reclamação a fazer de ninguém. Independentemente de função dentro do grupo de trabalho ou seja dentro do clube”, disse José Amaral.
Respeitoso com a torcida do Bode, José Amaral não foi ponderado ao falar da diretoria e a maneira como o mundo do futebol acontece. “No entanto, qualquer pessoa com o mínimo de inteligência sabe que o mais prejudicado nas derrotas que terminam em demissão recai sobre o treinador. O presidente e diretores não dependem do futebol para manter a família. O torcedor sofre nas derrotas e principalmente nas brincadeiras e piadas que fazem os torcedores das outras equipes, eu tenho consciência disso, mas eles também não dependem do futebol para manter a família”, afirmou Amaral.
Em relação à escalação do goleiro Gustavo, José Amaral partiu em sua defesa e afirmou que nunca recebeu nenhum tipo de interferência quando o assunto eram os jogadores que iriam a campo. O arqueiro, segundo o treinador, estava sob responsabilidade do preparador de goleiros.
“Não recebi em nenhum momento ordem ou sugestão de quem quer que seja para escalar qualquer jogador. Concedi desde o primeiro treinamento total liberdade ao treinador de goleiros em definir titularidade, partindo do princípio que se há um especialista que treina diariamente alguns atletas especificamente caberá a esse profissional definir titularidade. Eu tenho responsabilidade em definir os outros 10 titulares e os demais que participarão do jogo”, finalizou José Amaral.
Em sua curta passagem pelo Comercial, José Amaral comandou a equipe em três confrontos e perdeu todos. Incluindo os dois amistosos feitos pela equipe na pré-temporada, foram cinco jogos, com quatro derrotas, um empate, oito gols sofridos e nenhum marcado. Agora, o auxiliar-técnico Carlos Eduardo deve comandar a equipe diante do Corisabbá, no domingo (29), às 15h45, no estádio Tibério Nunes.
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