Seu Numeriano Sá Filho fazia um curso de Administração na antiga Escola Técnica do Piauí quando soube que o então governador Alberto Silva, estava à procura de alguém que ficasse responsável pela portaria do estádio homônimo. O ano era 1973 e de lá para cá, são 49 anos em que seu Numeriano cuida do Gigante da Redenção, palco do duelo entre Fluminense-PI e Santos, nesta terça-feira, pela Copa do Brasil.
Hoje coordenador no Albertão, seu Numeriano conversou com o GP1 Esporte e falou sobre a volta da torcida ao estádio, que esteve fechado para o público após uma briga envolvendo torcidas na Copa do Nordeste em 2020. Enquanto as marcações do gramado eram retocadas após a chuva que atingiu Teresina na terça-feira (7), ele nos levou por entre os corredores e cadeiras do Gigante da Redenção.
“É como uma mãe que perde o filho”
A frase acima denota um sentimento: saudade. O espetáculo do futebol não faz sentido sem os torcedores, afinal, não fossem os expectadores nas arquibancadas, a palavra por si só ficaria vazia de significado. Foi assim que o Albertão esteve durante dois anos, mas essa noite, as cadeiras do Gigante da Redenção voltarão a receber público. “A gente se sente abandonado, tendo todo dia ter que trabalhar para manter aqui, no maior sacrifício, aqui são poucos funcionários e a gente vai levando”, disse seu Numeriano sobre o retorno.
Seu Numeriano só faz uma refeição em casa durante todo esse tempo, é o jantar. O coordenador chega ao estádio às 6h30 todos os dias e fecha as portas do Gigante às 18h30. Na expectativa de deixar tudo aplumado para a partida de logo mais a noite, são 3 dias dormindo no local.
Recepção ao time de Santos
Com o coração Rubro-Negro, seu Numeriano não esconde o apreço que tem pelo clube Alvinegro. Um santista ilustre, Mano Brown, disse no podcast ‘Podepah’ que “o Santos é o retrato do Brasil. O clube mais brasileiro não é o Corinthians, é o Santos. É um jeito bem brasieiro”, declarou o rapper santista. Pelo visto, esse pensamento não é exclusivo do líder dos Racionais MC’s.
“Eu sou flamenguista, mas eu torço muito pelo Santos. Quem que não gosta do Pelé, que só foi jogar fora quando já estava praticamente parado. Tem o Neymar também que é uma referência muito grande para nós que somos apaixonados por futebol. E tem vários outros que nós vimos jogar por aqui, como o Pepe, Edu”, declarou seu Numeriano.
Com capacidade para 50 mil pessoas, o Albertão está apto a receber hoje, 4.050 torcedores e torcedoras, devido às restrições e será o palco do confronto entre o Fluminense-PI e o Santos, pela 2ª fase da Copa do Brasil, às 21h30.
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