Renato Rodrigues
A simbiose entre Picos e o piauiense Renê têm se mostrado benéfica para o clube do Vale dos Guaribas. O lateral-esquerdo do Internacional tem auxiliado o clube de sua cidade de forma administrativa e esportiva. Com as categorias de base do Zangão ligadas de forma quase que umbilical ao projeto R6, o clube pode dar um novo passo agora. Isso porque Ronaldo Rodrigues, irmão de René e tesoureiro na atual gestão do Picos, pode se tornar presidente de fato do time.
A situação não começou a ser pensada agora, mas acelerou após o anúncio de que o atual presidente, João Victor, deixaria o cargo para se dedicar a cuidar de sua saúde mental. Os passos foram dados e o clube organiza agora a assembleia que deve nomear Ronaldo o novo presidente auriverde. O encontro está marcado para o dia 22 de outubro.
E 2023, como fica?
Já de olho na próxima temporada e na ida do Picos para a Copa São Paulo de Futebol Júnior, Ronaldo não esconde o jogo: as dívidas, que já somam valores próximos à R$ 780 mil precisam ser pagas, e para isso, a venda de atletas é fundamental.
“Um dos nossos principais objetivos é sanar essas dívidas para gente desbloquear as contas e a gente poder trabalhar sem estar sendo cobrado todos os dias pela Justiça. Todos os dias a gente recebe uma intimação nova, a Justiça em nosso pé, se tem um jogo eles vão atrás do dinheiro dos ingressos e patrocinadores, é um sufoco. Essa dívida deixada pelas diretorias anteriores deixou a SEP em uma situação que não dá mais para pagar”, disse Ronaldo ao GP1 Esporte.
Único campeonato no início de janeiro, a Copa São Paulo de Futebol Júnior é uma das principais vitrines para atletas das categorias de base. O lucro a partir da venda de alguns de seus ativos, é apontada como Ronaldo como um dos fatores preponderantes para o saneamento do clube.
“Para 2023 o nosso principal foco é a Copinha, que queremos usar a visibilidade para tentar negociar alguns dos meninos e com o dinheiro proveniente pagar as dívidas. René já faz todo o investimento quase que sozinho, a gente consegue pouco patrocínio e quando conseguimos a Justiça vai atrás e o patrocinador não quer mais e a despesa acaba ficando com a empresa dele. A gente quer usar o dinheiro que o clube com venda de jogador para pagar as dívidas do clube e, quando essas questões estiverem pagar, é investir em infraestrutura para a SEP”, afirmou Ronaldo.
Há o entendimento no Picos que, o que acontecer na Copinha poderá impactar diretamente no calendário de competições do clube. Caso o balanço seja positivo, Ronaldo confessa que há possiblidade que o Zangão, além do sub-20, atual vice-campeão estadual, tenha também um sub-17. Essa certeza, porém, não existe em relação ao profissional e o entendimento interno é de que o auriverde só entre na Série B novamente para tentar o acesso caso tenha uma equipe suficientemente competitiva, caso contrário, é possível que o clube abdique de participar.
“A partir do que acontecer na Copinha, vamos providenciar o sub-17 e continuar com o sub-20. A questão do profissional, só vamos saber mais próximo à competição, porque são custos muito altos e a gente só vai participar se tivermos um time competitivo, que vá para ter chances de ganhar, só for só por participar, nós não vamos. Abrimos mão de participar do profissional se não tiver um time a altura para jogar a competição”, finalizou Ronaldo.
Afinal, quem é Ronaldo?
Ronaldo é o responsável no Piauí por administrar a empresa de seu irmão, René – a R6 -, que viu na SEP uma oportunidade de dar mais visibilidade aos atletas da macrorregião picoense. Foi assim que a escolinha já conseguiu levar garotos ao Flamengo, Ceará e Retrô, como contou o técnico Felipe Sousa.
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