Jogo-luta com origem dos povos Bantu que chegaram a este território no período da colonização, a Capoeira tem adeptos espalhados pelo Brasil e o mundo, com número que já alcançam 7 milhões de praticante no Brasil e 10 milhões no mundo, de acordo com o Capoeiranews.
Instituída enquanto Lei no estado de São Paulo em 3 de agosto de 1985, se comemora o Dia do Capoeirista. Prática que chegou a ser proibida em 1890, período do pós-abolição com a Lei dos Vadios e Capoeiras, teve sua retirada da lista de crimes somente em 1930, no governo de Getúlio Vargas.
Praticada no Piauí desde 1970, com precursores como Mestre Caramuru, a capoeira tem mantido professores e Mestres que dão continuidade à prática. Aluno desde 1998, Nelson Lima, apelidado nas rodas como Chucky deu seu primeiros passos no grupo Arte Brasil.
“Em 2000 entrei para a escola Abadá Capoeira, até em 2008 iniciar os treinos com o Professor Atum, até que em 2012 fui para a escola Capoeira Contemporânea com o mestre John Grandão, onde me tornei professor em 2019”, contou Chucky em entrevista ao GP1.
Ministrando aulas e reunindo alunos desde 2013 na Unidade Escolar Fontes Ibiapina, localizada no bairro Renascença, zona sudeste de Teresina, o professor tem dado aulas online desde o início da pandemia do coronavírus. Em 2020, Chucky iniciou seu treinamentos na Comunidade de Estudos e Pesquisas da Capoeira, junto ao Mestre Peixe Cru.
Maurício Primo conta que pratica capoeira desde que se entende enquanto pessoa. Para ele “no sábado eu nasci, no domingo eu caminhei, quando foi segunda-feira capoeira eu joguei”, neto de capoeiristas, Cambalhota sempre esteve envolvido no jogo-luta junto com a família.
“O grande momento na minha vida na capoeira foi quando eu conheci o Abadá Capoeira e o Mestre Camisa, que tive a oportunidade de conhecer em 1996 junto com o Mestre Bobby, foi quando eu fui ter noção do tamanho do universo que a capoeira está inserida”, relata Cambalhota.
Para ele, a capoeira apesar de não ter recebido um amplo reconhecimento, conseguiu, por usa própria organização, se tornar patrimônio. Em 2008, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), reconheceu a prática enquanto Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
“Assim, a capoeira vem resgatando valores humanos e éticos, baseados no respeito, liberdade e socialização através de seus projetos sociais, onde acolhemos crianças. No dia do Capoeirista, festejamos a data em uma praça, aqui em Teresina”, relata Cambalhota.
Enquanto manifestação cultural brasileira, a Capoeira envolve valores educativos e senso de comunidade. Após adentrar escolas, a prática tem em seu mais velhos, os Mestres, fontes de história oral e aprendizado cultural imensurável.
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