Paulo Sérgio já teve muitas faces e profissões durante seus 23 anos. Aos 16 anos, saiu de sua cidade natal, Luzilândia, região Norte do Piauí, a procura de emprego em Teresina. Aqui, com a esposa grávida, foi borracheiro, metalúrgico e trabalhou com segurança eletrônica. Há dois anos, Paulo Sérgio se tornou Paulo Bala e no sábado (14) foi até a cidade de Juazeiro do Norte (CE) e se tornou campeão da primeira edição da Copa Podium Boxe, na categoria até 66kg, após derrotar o cearense Jack Thay por nocaute técnico, com 5 rounds de luta.
Apaixonado pelo esporte desde pequeno, Paulo não pode se firmar na luta em sua cidade por conta das poucas condições da família. Em Teresina, o reencontro com o boxe foi fundamental. A estreia na competição enquanto profissional veio após muito treino.
“Esse trajeto começou quando eu comecei a treinar e ganhei uma bolsa pois viram meu talento e minha dedicação. De lá pra cá eu vim me destacando muito, são dois títulos na categoria amadora antes de ir para o profissional”, contou Paulo ao GP1.
Em novembro de 2020, o atleta foi campeão da Copa Saitama de Boxe, que aconteceu em Teresina e em julho, viajou à São Luís do Maranhão, onde conseguiu o título da IV Copa Mário Cardoso de Boxe Olímpico.
“Fico muito feliz de ter participado desse evento e trazido este título para o nosso Piauí e independente do meu adversário ser experiente eu não tive dificuldades com isso e soube me sair devido ao meu treino. Há muito tempo eu vinha me dedicando para este momento”, disse Paulo.
Inspiração
Atletas são fontes de inspiração para as pessoas e em diversas situações, se espelhar em um campeão ou campeã no esporte é uma prática. Analisar seus estilos, descobrir pontos fortes e fracos. Além de nomes consagrados como Esquiva Falcão, o campeão olímpico Hebert Sousa e Muhammad Ali, sua principal força vem do apoio da esposa Biana da Silva.
“Minha maior inspiração é minha família, minha esposa me apoia muito e antes de eu me dedicar somente ao boxe, quando tinha esses outros empregos e chegava em casa à noite e não tinha tempo de vir até a academia, ela treinava comigo em casa”, relatou.
O nome
É comum ver atletas serem apelidados e os nomes escolhidos podem vir de longa data ou serem percebidos durante os treinamentos, quando os atributos dos lutadores vão se sobressaindo conforme o desenvolvimento de cada um. Com Paulo não foi diferente e “Bala” veio à tona devido a velocidade com que o pugilista golpeia os adversários. “O apelido surgiu devido ao meu estilo de luta muito rápido, eu jogo muito na esquiva e com muito jogo de pernas, foi devido a essa velocidade que me apelidaram assim”.
Futuro
Agora, enquanto atleta profissional, Paulo pretende ampliar o número de competições e consequentemente as vitórias. O boxe brasileiro trouxe três medalhas das Olímpiadas de Tóquio e tem surpreendido. Paulo vê uma oportunidade para crescer ainda mais no esporte e vê os próximos jogos que ocorrerão em 2024, em Paris, como uma possibilidade.
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