Durante oitivas da CPI do Transporte Público, o empresário Joselito de Anchieta Campelo disse que a Prefeitura de Teresina está devendo mais de R$ 22 milhões para os empresários do Setut. Joselito é proprietário da empresa Expresso Santa Cruz e foi ouvido nesta quinta-feira (27).
Conforme o empresário, a prefeitura não cumpriu o acordo firmado e segue devendo R$ 22 milhões, referente ao subsídio até o mês de outubro de 2020. Além desse valor, Joselito de Anchieta acusa ainda a prefeitura de não repassar o subsídio mensal de cerca de R$ 1,5 milhão referente aos meses de novembro de dezembro de 2020 e de janeiro a maio deste ano.
“Foi feito um acordo na Justiça e feito um parcelamento. Até então tem dez parcelas atrasadas deste último acordo e ainda está faltando os outros sete meses que a gente está aguardando o cálculo da TPI para que seja efetivado. Ela deve às empresas cerca de R$ 22 milhões e mensalmente acredito que em torno de R$ 1,5 milhão (para todas), que está devendo de novembro até agora”, afirmou.
Catraca não cobre custo
Joselito explicou que o valor arrecadado na catraca dos ônibus coletivos não é suficiente para cobrir os gastos com os veículos. “Hoje a média de um ônibus rodando está arrecadando 11 mil reais. O custo desse carro para ser rodado dentro do padrão que a licitação exige é mais de R$ 37 mil. Você fica bem aquém do que é suficiente para funcionar e mante a frota”, disse.
Cortando gastos
O empresário disse ainda que com a falta de repasses, as empresas tem cortado gastos e não consegue renovar a frota. “A gente tem que ir cortando, deixando de fazer investimento. Você não consegue renovar a frota, não consegue cumprir totalmente o que está lá. Fazemos o que é possível e vamos queimando os recursos que a empresa tem, seja interno ou fazendo empréstimos”, continuou.
Solução dos problemas
Para solucionar o problema, Joselito diz que é necessário o subsídio da Prefeitura de Teresina. “Principalmente ser feito o repasse do que está atrasado e ser pago mensalmente o recurso do mês para poder manter. Além disso, a gente tem o exemplo de Fortaleza, que feito o equilíbrio econômico financeiro, a prefeitura solicitou que fosse colocado mais uma certa quantidade de carros e acertado que esse custo seria repassado totalmente para manter o equilíbrio para melhorar o atendimento da população”, finalizou.
Taguatur
A CPI do Transporte também ouviu nesta manhã a empresária Ana Clara, proprietária da Taguatur. Ela relatou que quando assinou o contrato estava ciente de que teria deveres, mas também direitos que, segundo ela, não foram cumpridos.
“Nós participamos de um certame que dizia as regras que eu tinha que cumprir e o que eu tinha direito, então, a gente assinou, concordou com aquelas regras. Nós imaginamos que deveríamos cumprir o que estava previsto, mas também tínhamos direitos a outras coisas, e uma delas era um subsídio que a gente não conseguia receber em dia”, relatou.
De acordo com a empresária, o subsídio é importante porque complementa a receita da empresa. “É uma receita muito menor do que o custo operacional de uma empresa, a gente tinha o que auferia na catraca que teria que ser somado a esse subsídio que junto a gente conseguia cumprir com todas as nossas obrigações previdenciárias, trabalhistas, com nossos fornecedores, empregados e com o próprio contrato”, explicou.
“Nós queremos que se resolva porque está muito difícil, nós precisamos resolver, eu entendo que o poder público que assumiu agora assumiu uma situação complicada, se deparou com uma dívida da gestão passada, mas está previsto no contrato e o que a gente quer é somente isso, que ele seja cumprido”, completou Ana Clara.
Relator da CPI
O vereador Enzo Samuel (PDT), relator da CPI, destacou que os problemas são antigos e que os parlamentares buscam encontrar uma solução. “Usuários há muito tempo se reclamam que precisam esperar uma, duas horas na parada e o ônibus não passa. Pessoas que se reclamam de ônibus que dão prego no meio do percurso. Você percebe que são problemas que já existem e a gente quer encontrar solução”, afirmou.
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