No ano de 2013, jovens e pesquisadores na área da cultura popular da Universidade Federal do Piauí (UFPI) decidiram se reunir a fim de difundir a tradição do Tambor de Crioula em Teresina. Com isso, surgiu o grupo Mangacrioula. Agora, o coletivo se prepara para realizar um ciclo de apresentações e oficinas gratuitas pela capital, que terá início na próxima sexta-feira (12), na zona leste.
Tambor Itinerante é o nome do projeto, que nada mais é que a sistematização de uma prática recorrente do grupo, que desde seu surgimento promovia atividades e oficinas pontualmente. A ideia agora é, além de se apresentar em todas as zonas de Teresina, possibilitar uma imersão intensiva na cultura do Tambor de Crioula, que foi declarado patrimônio imaterial do Maranhão pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Em entrevista ao GP1, o antropólogo Childer Nataniel, integrante do grupo, explicou que o projeto foi viabilizado pelo edital de propostas culturais lançado em 2020 pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, com recursos oriundos da lei emergencial Aldir Blanc.
“Esse projeto nasceu de algo que nós já fazíamos, somos um grupo que sempre se notabilizou pela ocupação dos espaços públicos, e com essa oportunidade da Lei Aldir Blanc tivemos a possibilidade de formalizar o projeto Tambor Itinerante. A essência dele é levar o Tambor de Crioula para todas as regiões de Teresina, tendo em vista que se trata de uma cultura de origem afro que foi invisibilizada durante seu desenvolvimento histórico”, afirmou Childer.
Origens
O integrante do grupo também ressalta que, embora as origens do Tambor de Crioula venham notadamente do estado do Maranhão, há estudos que indicam que já nas décadas de 70 e 80 essa manifestação cultural já existia no Piauí.
“Quando se fala em Tambor de Crioula as pessoas geralmente associam essa cultura ao Maranhão, mas acontece que, ao mesmo tempo em que o Tambor se desenvolveu no Maranhão nos anos 70 e 80, aqui no Piauí já existia essa atividade. Tem um trabalho do Ricardo Pereira, do IPHAN, que faz um mapeamento do Tambor de Crioula no estado do Piauí. A pesquisa aponta que existem mais de 10 municípios que mantêm viva essa tradição no nosso estado”, revelou Childer Nataniel.
Tambor Itinerante
O projeto já mencionado promoverá cinco atividades: nos dias 12 e 13 de fevereiro no Centro Educacional Angelim, localizado no bairro Angelim, zona sul; dias 19 e 20 de fevereiro no Teatro João Paulo II, zona sudeste; 26 e 27 de fevereiro no coreto do Parque da Cidade, zona norte; 03 e 04 de março no Memorial Esperança Garcia, na Avenida Miguel Rosa; e nos dias 13 e 14 de março na Associação de Moradores do bairro Pedra Mole, zona leste.
Devido às restrições impostas por conta da pandemia as oficinas terão vagas limitadas. Cada uma contará com apenas 10 participantes, que devem se inscrever previamente via WhatsApp (86-99402-7248) ou através do Instagram (@grupomangacrioulaoficial). As inscrições são gratuitas.
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