A mãe da advogada Izadora Santos Mourão, Maria Nerci, pagou o plano funerário da família após 10 meses de atraso uma semana antes da filha ser assassinada dentro do quarto do irmão, o jornalista João Paulo Mourão, que é apontado como o principal suspeito do crime e segue preso. A informação foi confirmada ao GP1, na tarde desta sexta-feira (19), pelo advogado Mauro Benício Júnior, que está acompanhando o caso como representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI)
Conforme o advogado, pessoas próximas a família procuraram seu escritório e repassaram a informação, que foi comprovada pela Polícia Civil do Piauí junto a funerária responsável pelo plano.
“Ela pagou no dia 2 de fevereiro [o plano funerário], que estava atrasado a pelo menos 10 meses. Uma pessoa apresentou a mim esse detalhe, e eu repassei os dados para o delegado que está investigado o caso”, revelou Benício Júnior.
Mãe pode ter participado da execução do crime
A mãe da advogada Izadora Mourão, Maria Nerci, pode ter participado da execução do assassinato da própria filha juntamente com o jornalista João Paulo Mourão, também seu filho, preso na última segunda-feira (15). Tal possibilidade foi revelada ao GP1 na noite desta quinta-feira (18) pelo advogado Mauro Benício Júnior.
Segundo o advogado, o crime foi premeditado por João Paulo e pela mãe, Maria Nerci. O jurista revela a possibilidade de a idosa de 70 anos ter participado na execução do assassinato, ou seja, ela pode ter desferido golpes contra a própria filha. Isso, no entanto, ainda não foi comprovado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“Eles [João Paulo e Maria Nerci] arquitetaram tudo desde o primeiro momento, ainda faltam colher algumas provas técnicas, que podem até chegar na participação efetiva da dona Nerci na execução, mas na nossa percepção, todo o planejamento, ela participou de tudo isso. Tem situações, que eu não quero aqui revelar, que comprovam a premeditação desse crime. Não foi em uma discussão e eles não decidiram naquele momento tirar a vida da Izadora, eles já vinham aguardando o momento para poder fazer”, destacou.
Ciúmes
Ainda conforme o representante da OAB, a relação de Izadora com a mãe e o irmão não era das melhores, não por culpa dela, mas por um ciúme que Maria Nerci e João Paulo nutriam devido ao fato de o pai, já falecido, ter demonstrado durante toda a vida um maior carinho e cuidado com a filha advogada.
“O crime foi dentro de casa, foi planejado com requintes de crueldade, foi um crime realmente que a motivação era o relacionamento desgastado entre os familiares, onde a dona Nerci e o João Paulo queriam excluir a Izadora de perto deles. Vem de muito antes, a Izadora era superprotegida pelo pai, até enquanto ele foi vivo tudo era para a Izadora, e criou-se um certo ciúme da dona Nerci e do João Paulo. Quando pai faleceu ela perdeu o chão, aquele protetor, e ela foi tratada como estranha, um corpo estranho dentro de um organismo que precisava ser extirpado e optaram pela maneira mais cruel”, relatou Mauro Benício Júnior.
Herança
“O pai deixou um patrimônio considerável, que seria metade para dona Nerci e o restante para os três filhos, ela não estava brigando, o problema era que eles não queriam dar nada ou quase nada pra ela”, frisou o advogado.
Filha de Izadora
Mauro Benício Júnior informou que filha da advogada, Izabela Mourão, estava na casa no dia do crime, contudo, no momento em que a mãe foi morta ela dormia. “A filha dela estava, mas não teve nenhum acesso, não soube de nada, ela estava dormindo, não teve nenhum envolvimento”, finalizou.
Entenda o caso
Izadora Mourão foi morta a facadas no dia 13 de fevereiro dentro de casa, na cidade de Pedro II. A princípio, a família afirmou à polícia que uma mulher chamada Maria teria matado a advogada, no entanto, o DHPP levantou que nenhuma mulher havia ido até a residência naquele dia e concluiu que o irmão dela, João Paulo Mourão, foi o responsável pelo crime.
João Paulo foi preso na tarde da última segunda-feira (15), como principal suspeito de ter assassinado a irmã com sete facadas. O DHPP afirma que não restam dúvidas de que o jornalista é o autor material do crime. Na terça-feira (16), a Justiça do Piauí decretou a prisão preventiva do jornalista.
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