O advogado Humberto da Silva Chaves, preso em uma ação conjunta do 12º Batalhão da Polícia Militar do Piauí e da Polícia Rodoviária Federal em Piripiri, na noite desta sexta-feira (05), sob acusação de desobediência à ordem de parada e desacato, entrou em contato com o GP1 na tarde deste sábado (06) para dar o seu posicionamento sobre a ocorrência retratada na matéria intitulada “Advogado da Prefeitura de Piripiri é preso pela PM e PRF na BR 343”.
Humberto Chaves afirmou que está sendo vítima de perseguição por um grupo de policiais militares da cidade, após uma série de denúncias que fez, como advogado, contra os militares do 12º BPM. Ele também denunciou abuso de autoridade dos PMs durante a abordagem desta sexta-feira (06), com agressões físicas e xingamentos.
“O que houve, na verdade, foi uma perseguição por parte dos policiais militares e uma represália deles pelo indiciamento do sargento Domingos. Ontem eu passei na casa de um cliente somente para pegar um pagamento, quando eu estava lá a viatura passou cinco vezes, eu estava em pé e minha esposa dentro do carro. Não tinha nenhuma atitude suspeita, logo que a gente saiu, eles seguiram a gente e quando eu peguei a BR, perto da PRF, um local totalmente desabitado, eles ligaram o giroflex e se aproximaram de mim, mas não mandaram eu parar, só ligaram o giroflex. Como eu percebi isso, encostei no posto da PRF e pedi para que eles viessem me abordar tendo em vista que eu já fui agredido por um deles [PMs]. A PRF então me revistou e não encontrou nada. Eu não desobedeci ninguém. Mas em certo momento um policial chegou me empurrando, me encostando na viatura e me algemando, dizendo que eu estava preso por desacato e por desobedecer ordem de parada dos PMs”, relatou o advogado.
O advogado explicou que já foi policial militar na cidade, de 2010 a 2018, e disse que, quando fazia parte da PM, chegou a denunciar diversos crimes praticados por um grupo de policiais. Ele relatou ainda que é advogado de várias pessoas em ações contra os mesmos policiais militares. “Além de ter denunciado eles, eu sou advogado de várias pessoas que representam contra esses policiais. Os policiais que me abordaram ontem são os mesmos que respondem por crime de tortura”, pontuou.
Entenda o caso
O advogado Humberto Chaves, da Prefeitura de Piripiri, foi preso em ação conjunta da Polícia Militar (PM), através do 12º Batalhão de Polícia Militar do Piauí, e da Polícia Rodoviária Federal do Piauí (PRF-PI). A prisão aconteceu na noite desta sexta-feira (05), após o advogado desobedecer a uma ordem de parada dos policiais militares e em seguida descatar as autoridades policiais.
Em entrevista ao GP1, o major Jairo, do 12º BPM, informou que a guarnição da PM deu ordem de parada ao motorista do carro modelo Creta, de cor branca, conduzido pelo advogado, que não respeitou a ordem dos policiais e empreendeu fuga. Em seguida, a viatura percorreu as ruas de Piripiri em perseguição ao carro de Humberto Chaves.
Advogado trabalha na Prefeitura de Piripiri
Humberto Chaves trabalhou na campanha para a então candidata a prefeita de Piripiri, Jôve Oliveira, e logo que ela assumiu a gestão municipal, concedeu um cargo comissionado ao advogado para trabalhar no seu gabinete.
Sargento da PM foi indiciado por agressão contra o advogado
O comandante geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Lindomar Castilho, indiciou o 3º sargento Domingos da Silva Sousa, acusado de agredir fisicamente o advogado Humberto da Silva Chaves, que acompanhava um cliente na Delegacia de Piripiri. A decisão foi dada na última sexta-feira, 26 de outubro de 2021.
O caso ocorreu em 10 de junho deste ano. O advogado acompanhava seu cliente nas dependências da Delegacia Regional de Piripiri, quando o sargento deu um soco na boca do advogado, antes de agredi-lo verbalmente.
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