Centenas de pessoas que residem em uma invasão localizada na Taboca do Pau Ferrado, zona sudeste de Teresina, estão se recusando a deixar o terreno mediante o cumprimento do mandado judicial, expedido pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), que está acontecendo na manhã desta quinta-feira (24).
Segundo a capitã Roserlane Marciel, do Gerenciamento de Crise da Polícia Militar do Piauí, foram até o locar para dar apoio aos oficiais de Justiça no cumprimento à ordem de reintegração de posse, com o auxílio do batalhão de choque da Rone, Cavalaria e Corpo de Bombeiros. As mais de cem pessoas que residem na localidade deverão sair ainda hoje e terão as estruturas demolidas.
“Esse trabalho de reintegração que vai ser cumprido hoje. A gente deu início no dia 2 de setembro quando essa ordem judicial foi protocolada via comandante geral, fizemos o acompanhamento do oficial de justiça ao local para dar ciência às pessoas da existência da ordem e demos 15 dias para o cumprimento, hoje é o dia. Como sempre, tem os questionamentos, mas isso se resolve no Tribunal de Justiça, hoje já é o dia de cumprir a ordem. São cerca de 125 pessoas que vivem aqui, só vamos sair daqui hoje com o cumprimento da ordem e demolição do que foi erguido nesse terreno”, disse a capitã Roserlane.
Por outro lado, as famílias alegam não ter para onde ir e que não foi feito nenhum acordo. Acusam ainda que a proprietária do terreno de ameaças aos moradores.
“Dizem que são 100 famílias, mas são 800 famílias. Estamos nessa luta há 48 dias, essa mulher está tentando tirar a gente na força bruta, sob ameaças. Ela se diz proprietária, já botou até um homem aqui que se passou por delegado sendo que ele não é, puxou arma para nós, chamamos a polícia e eles nem apareceram aqui. Aqui só tem pessoa humilde que, realmente, precisa desse lugar para morar, se sairmos daqui hoje não temos para onde ir. Pagamos advogados e eles estão correndo atrás disso”, disse do líder da comunidade, Francisco Pires Queiroz.
A Erlandia, que mora no terreno, conta que vive em situação precária, tem um filho de 13 anos e está na reta final da gestação, tendo que lidar agora com um destino incerto.
“Estou aqui porque eu preciso, estou grávida de 9 meses tenho um filho de 13 anos, tenho menino pequeno e eles querem tirar a gente daqui. Eu não tenho para onde ir. Eu tenho um companheiro que trabalha numa carroça para ganhar sustento para gente”, explica a moradora Erlandia.
Até a publicação desta reportagem as famílias ainda não tinham deixado o local e fecharam a principal via que dá acesso a Taboca do Pau Ferrado, ateando fogo em madeiras e bloqueando o tráfego de veículos.
Ver todos os comentários | 0 |