Nesse final de semana, circularam nas redes sociais fotos e vídeos com aglomerações de pessoas na cidade de Cabeceiras (PI), em meio ao decreto de calamidade assinado pelo governador Wellington Dias (PT-PI) por conta da pandemia de coronavírus (covid-19). O GP1, nesta segunda-feira (23), conversou com o prefeito do município, José Joaquim, que negou que as festas tenham sido autorizadas por ele.
O gestor afirmou que nos dias 17, 18 e 19 desse mês foram realizadas missas, novenas e um leilão por conta do santo padroeiro da cidade. Ele também atribuiu aos adversários festas políticas que ocorreram no dia 19 com carros de som e bandas.
“Dia 19 é o dia de São José, padroeiro do município. A igreja católica não suspendeu o Tríduo, três dias 17, 18 e 19. Então a igreja fez a procissão e os três dias de novena. No último dia, 19, era feriado e fizeram uma missa campal. Depois da missa a igreja fez um leilão e depois fez um bingo para arrecadar fundos para a reforma de um centro social. Eu ainda fiquei um pouco lá e depois fui embora pra casa. A prefeitura não fez festa, não colocou som”, disse o prefeito.
“O que ocorreu foi que alguns políticos de oposição lançaram suas candidaturas nesse dia. Lotaram um posto de gasolina do Cardoso e fizeram uma festa no bar do Bento, do Neto Severo. Festa com bandas, carro de som. Mas a prefeitura desconhecia essas festas em bares e quando soube tomou as providências. Baixamos um decreto proibindo festas em bares, missas, eventos, evitando aglomeração de pessoas”, disse o prefeito.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Prefeito José Joaquim
José Joaquim também afirmou que as mesmas lideranças políticas que fizeram essas festas, são as que estão espalhando inverdades relacionadas a uma ingerência da Prefeitura em relação aos cuidados com a proliferação do covid-19.
“O que está ocorrendo é que as mesmas pessoas que fizeram as festas, que são políticos de oposição, eles mesmos estão divulgando como se o município não tivesse tomado as providências. A gente vem tomando as providências há tempo, de acordo como o Estado nos recomendou e o Ministério Público”, disse o prefeito.
Decreto
José Joaquim afirmou ainda que logo depois do último dia de festa, ao saber do decreto de calamidade do Governo do Estado, no dia seguinte, ele também baixou um decreto com medidas restritivas no município.
“Eu soube do decreto do governador quando eu cheguei em casa, no dia 19, e até recebi uma ligação do promotor perguntando das festas. Eu disse que eu também não sabia. Eu falei ao promotor que ia baixar um decreto, conforme o do governo e até pedi para que o promotor me enviasse uma recomendação do Ministério Público para eu embasar o meu decreto. Ele mandou a recomendação por WhatsApp e imediatamente o decreto, com validade no dia 20, ocorreu”, detalhou o prefeito de Cabeceiras.
Cumprimento
Apesar de chamar atenção para desobediência de alguns, José Joaquim assegurou que após o decreto a cidade praticamente parou, pelo isolamento que é recomendado para evitar a proliferação do coronavírus.
“A partir disso fechou tudo, a partir do meu decreto e da repercussão negativa. Não está tendo mais festa e nem mais nada. Estamos com carro de som nas ruas pedindo as pessoas que fiquem em casa. Há vários pedidos nosso para ficarem em casa, não sair. De só ir a uma unidade de saúde quando for caso de emergência. Sou médico e me preocupado. Mas, muitas vezes difícil porque tem muita gente não quer cooperar poque não entende a gravidade”, lamentou o gestor.
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