O processo de exoneração do capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson, réu na Justiça acusado de matar a namorada Camilla Abreu, enviado no mês de maio pelo governador Wellington Dias ao Tribunal de Justiça do Estado, ainda não foi concluído. O relator é o desembargador José Francisco.
Segundo informações da assessoria de comunicação do TJ, na última quinta-feira, 23 de agosto, a defesa foi citada para se pronunciar, no prazo de 10 dias. Em seguida o Ministério Público será notificado e após a manifestação o processo estará pronto para julgamento.
O processo foi enviado ao TJ porque segundo a Constituição Federal, apenas o Tribunal de Justiça e tribunais militares permanentes podem declarar a perda de posto e patente de oficiais.
- Foto: DivulgaçãoCamilla Abreu e capitão Allisson Wattson
Entenda o caso
A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí concluiu, em 8 de fevereiro deste ano, o processo administrativo contra o capitão Allisson Wattson. Considerado culpado, foi pedida a sua expulsão da corporação. A decisão foi lida na sede do Conselho de Justificação da Polícia Militar para os familiares de Camilla, o próprio capitão Allisson Wattson e pessoas ligadas a ele.
No dia 3 de maio, o governador Wellington Dias assinou a decisão que encaminha o processo de exoneração ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ), que irá decidir se o acusado perderá o posto e patente.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro do jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.
O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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