Germana Chaves
O pré-candidato a senador pelo PTC, Marcos Vinícius, concedeu entrevista ao GP1, nesta sexta-feira (27). Ele falou do desempenho dos adversários e, sem revelar nomes, criticou a postura de algumas dessas pessoas.
O petecista também se posicionou sobre um possível descaso do governador Wellington Dias (PT-PI) com seu partido e fez questão de frisar que aliança importante é com a população. Vinícius também comentou a possibilidade de integrar a vaga de senador na chapa do deputado estadual Dr. Pessoa (Solidariedade), pré-candidato a governador do Estado.
GP1: O que lhe levou a disputar o Senado?
Marcos Vinícius: Estamos em conexão com a opinião do povo. Há uma rejeição absurda com os representantes do Senado Federal. O que vemos é um verdadeiro divórcio entre o povo e seus representantes em Brasília. Precisamos de representante que sejam mais povo, menos gabinete de escritório, que sejam mais Piauí e menos Brasília.
- Foto: Cinara Taumaturgo/ GP1
Dr. Marcos Vinícius
GP1: Qual sua análise dos pré-candidatos a senador?
Marcos Vinícius: Hoje cada um dos partidos, até pela cláusula de desempenho, está lançando vários nomes. Hoje tem mais de 18 nomes colocados como pré-candidatos a senador. Acredito que o ideal é que se a gente tem 36 partidos políticos que a gente tivesse 36 pré-candidatos a senadores.
Quando a gente tem mais opções, mas os poderosos estão querendo influenciar no jogo político para que essa disputa eleitoral aconteça num inverso de dois, três, quatro candidatos.
GP1: O PTC foi preterido pelo governador Wellington Dias?
Marcos Vinícius: O PTC está ao lado do povo do Piauí. A decisão que o PTC tomar, através de seu presidente, o deputado Evaldo Gomes, eu tenho plena convicção de que será a decisão que for melhor para o Estado.
GP1: A tendência é romper com Governo?
Marcos Vinícius: Na verdade, o que não podemos é romper com a população. Precisamos estar junto com a opinião popular. Essa decisão tem que ser tomada o quanto antes. Eu acredito sim, que o PTC em conexão com a opinião do povo, vai tomar a decisão mais acertada de levar o projeto que represente a mudança.
GP1: O senhor vai ser pré-candidato a senador na chapa de Dr. Pessoa?
Marcos Vinícius: Me sentiria muito bem, até porque sou médico assim como o Dr. Pessoa, fui também aluno na Universidade Federal de Medicina, curso em que o Dr. Pessoa também é professor de medicina. Então, muito me orgulharia fazer parte de uma chapa que tem toda essa conexão com a vontade das pessoas, porque eu penso é que esse projeto de mudança para o Piauí tem que vir de pessoas simples, humildes e que tem sim uma verdadeira e real preocupação com a realidade do povo do Piauí.
Há alguns anos atrás, quando o Brasil teve oportunidade de eleger um presidente vindo das classes populares foi quando o Piauí mais avançou, foi quando o Brasil deu um salto e ganhou, inclusive, um protagonismo mundial. Foi quando tivemos o maior crescimento econômico e com distribuição de renda e com menor desigualdade social.
Por isso é que a gente pensa que a candidatura do Dr. Pessoa é muito importante para a democracia, é muito importante para o Piauí e amplia as opções para que o povo do Piauí faça a melhor escolha.
GP1: Então o PTC rompeu com o Governo Wellington Dias?
Marcos Vinícius: Na verdade, essa decisão a gente quer deixar com o presidente estadual, porque eu sou vice-presidente do PTC. Quando nos reunimos eu manifesto a minha opinião e o meu voto dentro da executiva, mas não é só a mim e ao Evaldo a que compete a decisão dentro do PTC. Temos muitos outros membros do diretório, delegados. Nós estamos fazendo constantes reuniões e essa decisão deve sair em breve. Eu acredito que até o fim de semana, mais tardar sábado, essa decisão já estará tomada.
GP1: Qual pré-candidato a governador, o PTC tem maior simpatia?
Marcos Vinícius: O PTC, por ter vida própria, tem que dialogar com todos os pré-candidatos ao governo do Estado. Estamos ouvindo as propostas, nós estamos ouvindo o projeto e a gente estava dialogando também com o senador Elmano que estava se colocando como pré-candidato ao governo. Mas, como ele disse, forças ocultas o impediram de ir adiante. Então dentre as demais opções, escolheremos a que for a melhor para os piauienses, para que represente uma mudança para valer, que represente toda essa renovação que o povo do Piauí tanto espera.
- Foto: Cinara Taumaturgo/ GP1
Dr. Marcos Vinícius
GP1: Como analisou a desistência de Elmano Férrer?
Marcos Vinícius: Fiquei de certa maneira triste, porque sei que o senador Elmano é um grande homem público, é um homem de conduta, que já deu muito para o estado do Piauí. Acredito que era melhor se a gente tivesse mais candidaturas ao governo para que o piauiense tivesse mais opções. Como já disse anteriormente, defendo a participação de qualquer cidadão comum.
Com o advento das redes sociais, acontece que a população está antenada em tudo que acontece na política, e aquele cidadão comum que não entende o que acontece na vida partidária, muitas vezes, fica sem compreender quando vê todo esse sentimento de mudança que a gente percebe nas ruas.
Os poderosos manipulam para que esses reais concorrentes não aconteçam por conta dessa complexidade do nosso sistema eleitoral, que favorece a quem tem mais poder, a quem está no governo e a quem tem maior poderio econômico. O que nós queremos são mais opções de escolha para o Estado e o que eu vejo é que o Piauí perdeu com a desistência do senador Elmano Férrer. Mas, temos certeza que o piauiense fará a escolha certa.
GP1: Qual sua avaliação da chapa governista?
Marcos Vinícius: Eu queria me isentar de uma opinião, uma vez que, o governador é do Partido dos Trabalhadores e ele tem toda a legitimidade para fazer a composição da sua chapa, inclusive, fazer uma chapa puro-sangue, como ele fez com a senadora Regina Sousa de vice. De fazer a composição no campo majoritário para o Senado com aqueles partidos que ele acha ter mais força política, mais poder econômico. O governador tem toda liberdade e a legitimidade para tomar essa decisão.
GP1: Então essa chapa contribui com projeto de reeleição de Wellington Dias?
Marcos Vinícius: Nós achamos e acreditamos que essa é a eleição do povo do Piauí, é a eleição da mudança e é o povo quem vai colocar e vai tirar quem achar que pode, de fato, fazer essa mudança. O piauiense quer cara nova, quer pessoas novas na política. Se causar uma decepção futura, mas o povo está sabendo que fez o certo de colocar novos representantes para, pelo menos, a gente voltar a ter esperança por dias melhores.
GP1: A oposição tem chances de derrotar o atual Governo?
Marcos Vinícius: O governador, mediante a pesquisas eleitorais, tem uma boa avaliação de governo. Não há de se negar que o governador está aí girando numa aprovação em torno de 50%, mas existe 50% da população que não aprova. Então, a gente está no limiar perigoso entre aprovação e desaprovação. Acredito que nessa eleição tudo pode acontecer.
A exemplo de eleições anteriores, quando o próprio Wellington Dias ganhou [sua primeira eleição] e foi uma grande surpresa vitória vinda do sentimento do povo. Assim como aconteceu na época do Mão Santa, quando se candidatou e o povo deu a eleição para ele. Portanto, é perigoso a gente andar em terreno arenoso de salto alto. Foi o salto alto que fez o Brasil perder a Copa do Mundo e pode fazer com que a gente tenha uma grande, e talvez boa, surpresa para esse pleito de 2018.
- Foto: Cinara Taumaturgo/ GP1
Dr. Marcos Vinícius
GP1: Wellington tem sido habilidoso na condução do processo eleitoral da base?
Marcos Vinícius: O governador é muito sábio, ele já provou a sua habilidade política, mas, quando a gente pensa que grupos políticos que ficam muito tempo no poder acabam vivendo em uma cápsula criada por pessoas que ficam perto só dizendo, o sentimento de poder vai tomando conta do ser humano.
GP1: Como avalia os representantes piauienses que estão no Senado?
Marcos Vinícius: Na verdade, o que penso e sonho hoje é de levar o sentimento dos piauienses para Brasília e para o Senado Federal, quero e vou seguir com a minha pré-candidatura e transformá-la em uma candidatura do Senado do povo do Piauí.
O que nós vemos no Senado Federal é o Piauí sendo destaque no jornalismo nacional na Lava Jato, na corrupção, na negociação. Brasília virou um balcão de negócios. O que vemos hoje é que existem os famosos senadores biônicos, que vivem em desconexão total com a sociedade. Lá em Brasília, eu até já vi representantes do Senado falarem que Brasília é o mundo do dinheiro. Então, essas pessoas que estão lá não estão mais pensando em como vivem os piauienses, o que o piauiense precisa. É por isso que nós precisamos de representantes que sejam mais povo e menos gabinete, mais Piauí e menos Brasília.
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