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Teresina - Piauí

Acusados de envolvimento na morte de Emilly Caetano são ouvidos

Ao final da audiência, o juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto abriu prazo de 12 dias para as alegações finais do Ministério Público, da assistente de acusação e dos advogados de defesa.

Foi concluída, nesta terça-feira (08), a audiência de instrução e julgamento do ex-policial militar Aldo Luís Barbosa Dornel e do cabo Francisco Venício Alves envolvidos na ação policial desastrosa, na noite de 25 de dezembro de 2017, que resultou na morte da menina Emilly Caetano, de 9 anos.

A audiência teve início no dia 10 de abril, mas foi suspensa a pedido do Ministério Público devido ao fato de uma das testemunhas ter faltado e de outra ter confundindo quem atirou, já que ela falou que quem fez os disparos foi o "mais alto", ou seja, o Venício e não o Dornel.


Os acusados foram ouvidos, nesta terça. Ao final da audiência, que aconteceu na 1ª Vara do Tribunal do Júri, o juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto abriu prazo de 12 dias para as alegações finais do Ministério Público, da assistente de acusação e dos advogados de defesa. Após o prazo, o magistrado vai decidir se os dois acusados vão ou não a Júri Popular.

  • Foto: Facebook/Dayanne Evandro Emíle foi morta durante abordagem policial Emilly foi morta durante abordagem policial

Walter Menezes, advogado de Francisco Venício, explicou o resultado da audiência: “A instrução foi concluída e agora foi aberto o prazo para fazer os memorias escritos. Ele deu 12 dias, 3 dias pro Ministério Público, 3 pra assistente de acusação e 3 pra cada advogado de defesa, aí o juiz sentencia e publica a decisão, então as partes recorrem ou não”, afirmou.

Questionado se ele acredita na pronúncia do policial, Menezes respondeu: “Em relação ao nosso cliente a defesa está bem confiante que ele não vai ser pronunciado, até porque não tem nenhuma prova concreta nos autos da questão de fraude processual dele. O Ministério Público afirmou, na denúncia, que ele trocou o carro de lugar e essa afirmação já caiu por terra porque nem dirigir ele sabe e sobre a colheita das cápsulas não tem nada que prove que ele colheu as cápsulas, ele afirma que os populares tentaram pegar as cápsulas e ele as pegou, mas depois soltou”, declarou o advogado.

Ele disse ainda que o cabo sempre contribuiu com as investigações: “A todo o momento, desde as investigações, a intenção dele só foi contribuir com o fato, inclusive hoje, na instrução, então a gente está confiante que ele vai ser absolvido”, garantiu.

Dornel foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado e por quatro tentativas de homicídio qualificado contra o pai, a mãe, e as duas irmãs de Emily que também estavam no veículo. Já Francisco Venício Alves foi denunciado por fraude processual.

Relembre o caso

Emilly Caetano da Costa, de 9 anos, morreu, no dia 26 de dezembro, após ser atingida com dois tiros durante uma abordagem da Polícia Militar na Avenida João XXIII, localizada na zona leste de Teresina, na noite do dia 25 de dezembro de 2017. A criança, juntamente com os pais e duas irmãs, estava em um veículo modelo Renault Clio.

O cantor Evandro Costa e Dayanne Costa, pais de Emilly, também foram baleados dentro do carro. O cantor teve alta do HUT no dia 31 de dezembro. Ele teve Traumatismo Cranioencefálico e segue com o projétil alojado na cabeça. Ele está com a audição temporariamente comprometida.

Reprovação

Dornel reprovou no teste psicológico do concurso da Polícia Militar e conseguiu ingressar nos quadros da instituição por meio de uma liminar deferida pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Teresina, Oton Mário José Lustosa Torres, em junho de 2010.

A liminar foi revogada em setembro de 2016 pelo juiz de direito Rodrigo Alaggio Ribeiro. No entanto, o comandante da PM, Coronel Carlos Augusto, afirmou que o soldado não havia sido exonerado porque a instituição não foi comunicada da decisão.

Exoneração

Na quinta-feira (11), o governador Wellington Dias tornou sem efeito a nomeação de Dornel, que teve revogada uma liminar que o mantinha nos quadros da PM. A Polícia Militar está aguardando decisão da Justiça para transferir Dornel para um presídio comum.

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