Previsto para esta terça-feira, 6 de novembro, o julgamento do motorista Francisco Manoel da Silva, vulgo Chico Porém, foi adiado para janeiro do próximo ano. O réu é acusado de assassinar o mototaxista Edilson Virgulino Neto, crime ocorrido no início da noite de 7 de maio de 2004, na zona rural de Santana do Piauí.
Segundo o assistente de acusação, advogado Elias Cipriano, uma mídia com o depoimento de duas testemunhas de defesa foi anexada ao processo e depois sumiu. Em razão disso o advogado que defende o réu pediu a nulidade do processo.
- Foto: José Maria Barros/GP1Auditório onde aconrteceria o julgamento permaneceu fechado
“Diante do fato, o Ministério Público concordou com o adiamento do julgamento, tendo em vista que fora dado um prazo de três dias para que o advogado de defesa tivesse acesso a essa mídia. Como isso não aconteceu à sessão do Tribunal Popular do Júri marcada para esta terça-feira, 6 de novembro, foi adiada para janeiro de 2019” – explicou o advogado Elias Cipriano.
O assistente de acusação disse que essa foi mais uma manobra da defesa do réu, tendo em vista que na mídia existia apenas o depoimento de duas testemunhas favoráveis ao réu, sem qualquer importância. “Elas dizem apenas que ele [o réu] é uma pessoa boa, mas afirmam que não presenciaram e nem sabem nada sobre o crime” – ressalta Elias Cipriano.
- Foto: José Maria Barros/GP1Assistente de acusação explica adiamento da sessão do júri
Para o assistente de acusação, o adiamento do julgamento foi uma frustração para a família da vítima. “Eles esperam por esse momento há mais de 14 anos, ou seja, o julgamento do acusado, que é réu confesso. Foi um crime bárbaro, hediondo, cometido pelas costas, sem oferecer qualquer oportunidade de defesa e acreditamos que ele será condenado por homicídio duplamente qualificado” – previu Elias Cipriano.
Queremos justiça
Familiares da vítima compareceram ao Fórum de Picos para acompanhar o julgamento e ficaram frustrados quando souberam da notícia de que a sessão havia sido adiada. Eles vestiam camisetas com a fotografia do mototaxista Edilson Virgulino Neto com a frase: “Queremos justiça!”.
- Foto: José Maria Barros/GP1Viuva do mototaxista cobra celeridade da justiça
A viúva de Edilson Virgulino, Eva Regina, fez um desabafo e cobrou mais celeridade da justiça e empenho do Ministério Público. “A sociedade não pode deixar um crime dessa natureza impune! Ele tirou a vida de um pai de família, um homem trabalhador e honesto, uma pessoa amorosa. Quando meu marido foi socorrido ele pediu para não o deixarem morrer, pois tinha um filho para criar” – recordou.
- Foto: José Maria Barros/GP1Familiares da vítima clamam por justiça
Na época do assassinato, 7 de maio de 2004, Edilson Virgulino Neto tinha 28 anos de idade e seu filho apenas três anos. Hoje o garoto tem 18 anos completados recentemente e mora com a mãe, que logo após o ocorrido mudou-se para outra cidade para que a criança não ficasse traumatizada.
Entenda o caso
O motorista Francisco Manoel da Silva, vulgo Chico Porém, hoje com 61 anos de idade, assassinou o mototaxista Edilson Virgulino Neto, 28 anos, no início da noite de 7 de maio de 2004, na zona rural de Santana do Piauí.
Segundo as investigações da Polícia, o crime fora cometido por ciúmes. Casado e pai de cinco filhos, o acusado mantinha um relacionamento extraconjugal com Francisca Jovita de Lima, conhecida como Tica Verdureira.
Esta, no entanto, vinha mantendo um relacionamento amoroso com um mototaxista identificado apenas pelo apelido de Matuto. No dia do crime, informa o assistente de acusação, advogado Elias Cipriano, Chico Porém armou uma emboscada e assassinou Edilson Virgulino Neto, que apenas tinha ido fazer uma “corrida” e deixar Tica Verdureira em casa.
O acusado fugiu e somente foi preso onze dias depois após intensa investigação da Polícia, comandada pelo então delegado de Santana do Piauí, Cipriano Mourinha. Em depoimento, Chico Porém ainda tentou negar o crime, mas acabou confessando a autoria e justificou na época que matou o mototaxista por ciúmes da amante, Tica Verdureira.
Preso e recambiado para a Penitenciária Regional “José de Deus Barros”, em Picos, Chico Porém ficou apenas seis meses recolhido. No dia 18 de novembro de 2004 foi autorizado a responder ao processo em liberdade.
Logo em seguida foi morar em São Paulo com a amante Tica Verdureira e lá permanece até hoje.
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