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Teresina - Piauí

Advogado denuncia Banco do Brasil ao MPF-PI por discriminação

"Ele não ficou duas horas, ele foi atendido no prazo, inclusive tem registro de atendimento como cadeirante, que é a senha prioritária dele”, afirmou a assessoria de comunicação do banco.

O advogado e médico Evandro Francílio Abreu denunciou o Banco do Brasil ao Ministério Público Federal por discriminação sofrida dentro da agência localizada no bairro Piçarra, em Teresina. Uma notícia de fato já foi aberta pelo MPF e distribuída para a Procuradora da República, Cynthia Arcoverde Ribeiro Pessoa.

Segundo o advogado, que é cadeirante e mora em Demerval Lobão, ele chegou à agência por volta das 15 horas do dia 1º de setembro deste ano e esperou duas horas para ser atendido, mesmo tendo o direito de preferência para atendimento.


Evandro relatou que durante as duas horas que passou no interior da agência, ele sentiu dores, mas que nenhum atendente ou gerente lhe deu atenção.

O advogado disse que estava no banco para receber seu benefício para pagar plano de saúde e efetuar negociação de uma suposta dívida da qual vinha recebendo cobranças, que ele considera abusivas, por parte do banco.

“Consegui apenas fazer um saque de R$ 1.000 e o pagamento do plano de Saúde, que só foi possível pela boa vontade do senhor Paulo Henrique que fez os procedimentos. Fui ao Banco do Brasil tentar negociar um débito para que eu possa fazer minha cirurgia de quadril de R$ 30 mil”, declarou.

Depois de duas horas esperando, Evandro começou a passar mal: “Na saída do banco eu passei mal e fui atendido na Clínica COT já quase às 18 horas, tendo o médico socorrista prescrito medicação e solicitado ressonância magnética da coluna. Em virtude do meu quadro doloroso, eu só consegui chegar em casa 1 horas da manhã do dia 02 de setembro”, contou.

“A minha situação se agravou, e na manhã do dia 3 de setembro meu irmão me trouxe de Demerval Lobão e eu fui internado na urgência do Hospital São Marcos com quadro de infecção e febre, permanecendo por oito dias para a estabilidade clínica. Tive alta em 11 de setembro para seguimento ortopédico, pois além de perda da articulação do quadril direito foram descobertas lesões inflamatórias graves na coluna”, afirmou.

O advogado procurou a Ouvidoria do Banco para solicitar explicações e requerer a reparação dos danos materiais e morais que sofreu, mas segundo ele, o banco limitou-se apenas a pedir desculpas.

Evandro então decidiu entrar com representação contra o Banco do Brasil na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão da Procuradoria Geral da República.

A denúncia ainda foi feita à Comissão de Direitos Humanos do Senado, que tem como presidente a senadora piauiense Regina Sousa e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O advogado ameaça ainda fazer uma queixa-crime e pedir a prisão do superintendente regional do Banco do Brasil no Piauí, Pio Gomes de Oliveira Júnior.

Por fim, Evandro afirma que sofreu assédio do gerente da agência do bairro Piçarra identificado como Rômulo e do gerente de negócios, identificado como Felipe, para não prosseguir com as denúncias.

Outro lado

Procurada na tarde desta segunda-feira (25), a assessoria de comunicação negou as denúncias do advogado. “No Banco do Brasil não aconteceu nada que tenha possibilitado esse transtorno todo que esse cidadão está dizendo. Ele não ficou duas horas, ele foi atendido no prazo, inclusive tem registro de atendimento como cadeirante, que é a senha prioritária dele”, relatou.

A assessoria informou ainda que o advogado chegou a fazer um elogio: “Inclusive, nesse mesmo dia desse atendimento dele, ele entrou em contato com a nossa ouvidoria e fez um elogio, está registrado. Agora ele ficou descontente por uma outra questão, que não é o caso aqui, porque é uma relação banco-cliente”, explicou.

“Quando chamaram a senha dele, ele tinha ido pro caixa de autoatendimento, e o atendente ficou esperando ele, e ele já voltou reclamando, dizendo que autoatendimento não tinha terminal com leitor de biometria, mas tem só dois terminais que não tem que é o pra depósito e outro pra transações de moedas financeiras, os demais todos têm”, afirmou a assessoria.

Sobre a denúncia de que sofreu assédio, o órgão de comunicação também negou: “Ele estava no hotel e chamou o gerente do banco, e o gerente já sabendo da deficiência dele, foi lá pra saber por que ele estava chateado, o gerente foi pra ouvir, ele tá dizendo que foi pra assediar, não, ele foi pra ouvir”, garantiu.

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