Na manhã desta quinta-feira (28), movimentos sociais realizaram um ato público contra o aumento da passagem dos ônibus coletivos em Teresina. O reajuste prevê que a tarifa aumente de R$ 3,30 para R$ 3,71. Estiveram presentes representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), do Diretório Central dos Estudantes da UFPI e da UESPI, além de outras organizações. A manifestação aconteceu em frente à Superintencia Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), localizado na zona sul da capital.
O representante do DCE, Hector Martins, explicou ao GP1 como funciona o conselho e o que aconteceu na última reunião em que foi apresentado o aumento da tarifa. “O conselho foi composto por um decreto da prefeitura, se não me engano, há dois ou três anos, onde têm representantes da própria prefeitura, representantes das empresas de transportes, tanto urbano quanto rural, e representantes das categorias sociais. A proposta do conselho é que ele discuta os problemas do sistema de transporte de Teresina, mas na prática ele não funciona. Eu estou com a convocação que eu recebi em cima da hora para uma reunião ontem, na verdade discutir o aumento da passagem, sendo que o conselho passa o ano inteiro para se reunir. A última reunião foi para discutir o aumento da passagem no ano passado, então isso tem sido uma prática recorrente do conselho e uma boa parte dele é composto por empresário, a menor parte é de representantes estudantis. Eu estava ontem na reunião, a Strans apresentou uma planilha muito simplificada, que apresenta um aumento para R$ 3,71 e descongela a meia passagem estudantil para ficar a R$ 1,18”, comentou.
A ideia da reunião era aprovar o aumento nesta quarta-feira (27). “Eles queriam aprovar isso [aumento] ontem e a gente pediu para olhar a planilha e marcaram para hoje a reunião”, revelou Hector.
O presidente do Sindserm, Sinésio Soares, ressaltou que é possível que o aumento da tarifa seja para o prefeito Firmino Filho fazer os pagamentos de dívidas referentes a última campanha. “A tática de aumentar os preços das passagens neste período de recesso já vem sendo utilizada pela prefeitura a algum tempo. O sindicato tem observado que o cálculo que está na planilha recolhe dados que, para nós, não são corretos e que no nosso entendimento a passagem deveria baixar de preço pois houve uma diminuição dos percursos. A partir disso, nós entendemos que o consumo de combustível, os desgastes dos veículos serão menores e por isso, não deveria aumentar a tarifa. Nós acreditamos que esse dinheiro será usado para o pagamento de dívidas de campanha do prefeito Firmino Filho”, afirmou.
O que diz o Setut
Em resposta, o representante do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut), ressaltou que o aumento da tarifa é normal em qualquer serviço. “Esse é um reajuste anual que está no calendário de qualquer serviço do Brasil. Isso não tem nada de diferente. O que eu estou reclamando desde ontem é que o valor que está sendo apresentado não cobre os cursos do setor. A prefeitura vai ter que bancar uma parte, como está tendo que bancar desde 2015. Hoje, o custo é R$ 4,10, calculado pela Strans. Se o custo é este e os usuários pagam R$ 3,70, quem vai pagar esses R$ 0,40? Tem que ser a prefeitura e ela não vem pagando”, esclareceu.
Strans
Conforme a assessoria de comunicação da Strans, a reunião que deveria acontecer na manhã desta quinta-feira (28) foi adiada, pois manifestantes invadiram a sede da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito o que impossibilitou a realização da reunião.
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