O procurador da República Carlos Wagner Barbosa Guimarães, do Ministério Público Federal (MPF), se manifestou a favor da quebra de sigilo telefônico e de dados telemáticos do empresário Manuel de Jesus do Nascimento e Silva Neto , preso no último dia 12 após ser flagrado com R$ 1,5 milhão em espécie no estacionamento do Teresina Shopping. A manifestação foi expedida no último sábado (14).
O representante do MPF foi instado a se manifestar após a delegada Milena Caland, da Polícia Federal, encaminhar o pedido da quebra de sigilo ao juiz Gustavo André Oliveira dos Santos, da 1ª Vara Federal Criminal do Piauí.
Ao analisar o pedido da Polícia Federal, o procurador da República entendeu que a quebra de sigilo é imprescindível para fins de confirmar a autoria delitiva e robustecer os elementos probatórios e, talvez, desarticular eventual grupo criminoso que tenha relação com o dinheiro apreendido.
“Considerando que, no caso sob apreciação, a medida postulada apresenta-se como meio essencial para trazer aos autos maiores provas de autoria e materialidade delitiva, o Ministério Público Federal manifesta-se pelo deferimento dos pedidos, nos exatos termos requeridos pela Autoridade Policial, em estrita observância aos preceitos legais e constitucionais inerentes à medida”, declarou o procurador Carlos Wagner Barbosa Guimarães.
Apreensão de R$ 1,5 milhão
Manuel de Jesus do Nascimento foi preso no estacionamento do Teresina Shopping após ser flagrado com o montante de R$ 1,5 milhão, que havia sido sacado de uma agência bancária situada no estabelecimento comercial.
Conduzido para a sede da Polícia Federal, ele fez uso do direito de permanecer em silêncio e não comprovou a origem do dinheiro, sendo autuado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele foi colocado em liberdade no dia seguinte, por decisão do juiz Gustavo André dos Santos, mediante pagamento de fiança no valor de R$ 15 mil, e uso de tornozeleira eletrônica.
Material de campanha
No carro em que Manuel estava, a PF encontrou material de campanha de Roberto Silva de Oliveira , candidato a vereador de Teresina pelo partido Agir que, no mesmo dia, veio a público negar qualquer relação com o preso. A polícia investiga se o político tem relação com os crimes investigados.