A juíza Lucyane Martins Brito , da Central de Audiência de Custódia de Teresina, converteu nessa terça-feira (6) a prisão em flagrante de Charles da Silva Albuquerque em prisão preventiva. Charles é acusado de aplicar um golpe contra a empresa de distribuição Ideal Alimentos. Gediel Galvão Silva , acusado de receptação dos produtos roubados, também teve sua prisão convertida. Ambos foram presos pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) na noite de 5 de agosto, no bairro Cristo Rei, na zona sul da capital.

A juíza destacou que a liberdade de Charles comprometeria a ordem pública, considerando que ele continua a praticar golpes mesmo com várias sentenças condenatórias e ressaltou que o acusado é reincidente em crimes patrimoniais e contra a fé pública e, se solto, provavelmente continuará cometendo esses crimes para obter ganhos ilícitos.

Em relação a Gediel Galvão Silva, a juíza não considerou crível a afirmação de que ele desconhecia a origem ilícita dos produtos. Gediel afirmou que comprou as mercadorias por um preço muito abaixo do mercado para revender em sua mercearia. Contudo, a juíza observou que o contexto da apreensão – um local ermo, à noite, com Gediel portando ilegalmente uma arma de fogo – sugere que ele estava ciente da ilegalidade da transação.

A juíza determinou a conversão das prisões de Charles e Gediel em preventivas, alinhando-se com o parecer ministerial. Ela destacou o risco à ordem pública que a liberdade dos acusados representaria. Mandados de prisão preventiva foram expedidos contra ambos.

Entenda o caso

Charles da Silva Albuquerque, com 25 processos na Justiça do Piauí por crimes de furto qualificado e estelionato, foi preso quando tentava aplicar um novo golpe. Gediel Galvão Silva também foi preso pelos crimes de receptação e porte ilegal de arma de fogo. As investigações indicam que Charles negociava mercadorias obtidas fraudulentamente para revender a receptadores, causando prejuízos significativos às vítimas.

O representante legal da Ideal Alimentos relatou que Charles se passou por um funcionário da empresa Santa Helena para simular a compra de mercadorias no valor de R$ 17.800,00. O golpe só foi descoberto porque o gerente da empresa entrou em contato com a verdadeira Santa Helena, que negou a compra. A polícia apontou que Charles se fazia passar por representante de empresas de renome para realizar negociações fraudulentas.

"Ele era procurado pelo DRACO. Nós estávamos monitorando ele desde a manhã de hoje. Ele já tinha aplicado golpe de R$ 19 mil contra o grupo Ideal Alimentos e estava tentando aplicar outro hoje no valor de mais de R$ 17 mil. Ele ligava para a empresa, dizia que queria alimentos e que pagaria depois. A empresa então fornecia os produtos, mas ele não pagava os boletos", explicou o delegado Humberto Mácola, coordenador da DRCI.