A blogueira Maria Clara Sousa Nunes Bezerra, mais conhecida como Clarynha Sousah, presa pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), acusada de matar e esquartejar Silvana Rodrigues de Sousa, tinha atuação bastante ativa nas redes sociais e, segundo as investigações do DHPP, se utilizava dessa posição para encobrir sua participação no núcleo da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), na região da Vila da Guia, zona sudeste de Teresina.

Na rede social Instagram, Clarynha Sousah possui quase 5 mil seguidores, é adepta do Jogo do Tigrinho e vive uma vida social bem agitada, sobretudo, à noite, mas é considerada a "disciplina" do Primeiro Comando da Capital.

Foto: Reprodução/WhatsApp-Brunno Suênio/GP1
Blogueira Clarynha Sousah, presa pelo DHPP acusado de matar Silvana Rodrigues de Sousa, esquartejada

Em entrevista ao GP1, o delegado Bruno Ursulino, responsável pelas investigações, falou que Clarynha Sousah foi apontada como a peça principal do homicídio e foi, justamente, por conta de sua exposição nas redes sociais, que possibilitou aos policiais que ela fosse identificada logo no início da apuração do caso.

Os investigadores constataram que minutos após o crime, ela tirou uma foto ao lado do corpo da vítima e essa imagem, por pura vaidade, correu grupos de WhatsApp, afunilando o trabalho policial. “Hoje em dia o que eles querem é ficar ostentando e eles enxergam nessa profissão digna, diga-se de passagem, que os blogueiros e o youtuber executam, uma forma de tentar se esconder e se utilizar da boa fama, que é a social. Eles utilizam desses canais de interação para ficar tentando levantar a sua imagem perante a sociedade comum”, explicou o delegado Bruno Ursulino.

Tribunal do Crime

Segundo o delegado Bruno Ursulino, Silvana foi vítima do Tribunal do Crime do PCC, por suspeita de estar vazando informações para o Bonde dos 40, facção rival. O requinte de crueldade aplicado pelos criminosos reforça a tese do DHPP. “Os suspeitos que realizaram assassinado brutal contra ela acreditavam que a Silvana seria uma espécie de infiltrada lá dentro da região pelo fato de ela manter relações com pessoas que são ligadas a uma facção rival, e a partir dessa suspeita eles chamaram a Silvana para esse local, através dessa emboscada, e lá determinaram esse castigo”, detalhou.

Foto: Alef Leão/GP1
Delegado Bruno Ursulino

Silvana foi morta por enforcamento com uma corda, que o DHPP encontrou no local do crime. “Existem sinais de que ela teria sido enforcada, muito possivelmente com uma corda, que inclusive foi recolhida junto ao local e posteriormente foi esquartejada”, completou Bruno Ursulino.