O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) está buscando as imagens do assassinato do filho do Repórter do Povão, Johnnie Walker de Araújo Andrade, registradas por uma câmera de segurança no último dia 10 de maio deste ano. No aparelho que reúne as câmeras de segurança do estabelecimento da vítima, Mercado Super Ferraz, não foi encontrada nenhuma imagem, o que levantou a suspeita de que o material possa ter sido deletado.

Em entrevista ao GP1, na manhã desta terça-feira (21) o delegado do DHPP, Robert Lavor, adotou um tom de cautela e não se arriscou a dizer que as imagens possam ter sido excluídas, propositalmente.

Foto: Reprodução/WhatsApp
Johnnie Walker de Araújo Andrade

“No dia em que a gente fez o atendimento no local do crime foi detectado que havia o pleno funcionamento das câmeras de segurança do estabelecimento. Então, desde o dia seguinte a gente manteve contato com a família da vítima, no sentido de ter acesso ao DVR e colher as imagens com maior qualidade, mas nós só tivemos acesso ao aparelho cerca de 3 dias depois e, para nossa surpresa, a gente não identificou imagens no aparelho e elas são importantes para a dinâmica e as características dos suspeitos”, pontuou.

Foto: Alef Leão/GP1
Robert Lavor, delegado do DHPP

Indagado se o conteúdo pode ter sido extraído com a intenção de sombrear ainda mais as lacunas da investigação, o delegado Robert Lavor afirmou que o DHPP vai detectar o que realmente ocorreu. “Eu não consigo dizer se as imagens foram extraídas, apagadas ou se com o decurso do tempo elas desapareceram, mas nós vamos identificar todo mundo”, asseverou Robert Lavor.

O que há decerto?

“O que a gente tem é que, desde o início, com o atendimento no local do crime, com a oitiva e testemunha estamos dando um passo mais avançado no sentido de colher elementos que possam identificar a autoria do delito. A motivação ainda não está clara. Nós escutamos alguns familiares no sentido de entender o que estava se passando com a vítima e eles, em suma, alegam que não teria nada que motivasse um fato tão bárbaro. Então nós pedimos que eles confiassem no trabalho da polícia para que aprofundassem as informações e a gente possa estabelecer nossas linhas de investigação, mas nós já trabalhamos com algumas informações que chegam através de denúncias anônimas e de outras unidades policiais para que a gente possa, nos próximos dias, esclarecer por completo esse crime”, explicou.

Possível envolvimento com o tráfico

Robert Lavor foi questionado se a morte de Johnnie Walker de Araújo Andrade possa ter sido motivada pelo comércio de entorpecentes, oriundo da atuação de criminosos conhecidos na Grande Santa Maria da Codipi e, mais uma vez, o delegado preferiu a cautela.

“Nós não temos nos autos essas informações. O que temos é uma análise do perfil da vítima, que era proprietária de um mercadinho no bairro Santa Maria da Codipi. Se ele tinha uma atividade paralela é o que nós estamos buscando esclarecer”, finalizou Robert Lavor.

Relembre o caso

O filho do jornalista Joselito Andrade, o “Repórter do Povão”, identificado como Johnnie Walker de Araújo Andrade, de 36 anos, foi morto na noite do dia 10 de maio, dentro do supermercado Super Ferraz, localizado no Parque Brasil 4, na zona norte de Teresina. Johnnie era proprietário do estabelecimento.

Conforme informações apuradas pelo GP1, a vítima estava dentro do supermercado quando quatros homens chegaram em um carro, um Siena branco, e efetuaram pelo menos 20 disparos de arma de fogo contra Johnnie, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.

Em seguida, eles fugiram levando documentos pessoais da vítima e outros pertences.