O cabo da Polícia Militar do Piauí, Valério de Sousa Caldas Neto , réu por fraude processual e homicídio contra o policial civil Alexsandro Cavalcante Ferreira , alegou durante audiência de instrução e julgamento nessa segunda-feira (22) que agiu em legítima defesa. A audiência foi realizada na 1ª Vara Criminal, no Fórum da Comarca de Parnaíba.
O homicídio ocorreu no dia 12 de setembro de 2023. Conforme apurado pelo GP1 , durante seu depoimento, o cabo Valério Caldas Neto afirmou que, no dia do ocorrido, visualizou Alexsando Ferreira caminhando em uma rua no escuro e resolveu fazer a abordagem. O PM contou que, ao se aproximar, o policial civil sacou uma arma, fazendo com que ele reagisse e efetuasse os disparos contra a vítima.
O militar então se evadiu do local e levou consigo a arma de fogo de Alexsandro. Cerca de três horas após o crime, Valério contou que entrou em contato com o seu comandante e confessou ter matado o policial civil.
Droga encontrada em residência
Ainda em seu depoimento durante audiência de instrução e julgamento, o policial militar confessou que era usuário de maconha . Isso porque, durante busca realizada em sua casa, agentes da Polícia Civil do Piauí apreenderam uma porção de maconha no imóvel. Na ocasião, Valério Caldas Neto afirmou que o entorpecente era para uso pessoal.
No mesmo dia, ao ser confrontado sobre a apreensão da droga, o cabo da PM-PI também confessou estar em posse de uma porção de crack, que havia sido apreendida por ele no dia anterior.
Vítima e acusado não tiveram contato por telefone antes do crime
No dia 21 de setembro de 2023, a Justiça do Piauí determinou a quebra de sigilo telefônico do cabo da Polícia Militar do Piauí Valério de Sousa Caldas Neto, acusado de assassinar o policial civil Alexsandro Cavalcante Ferreira. Segundo informações obtidas com exclusividade pelo GP1 , a extração dos dados telemáticos de Valério apontou que ele e Alexsandro nunca tiveram contato telefônico antes do crime.
Vídeo mostra execução
Uma câmera de segurança registrou o momento em que Valério de Sousa Caldas Neto mata o policial civil Alexsandro Cavalcante. Por volta das 23h48, o PM dobra a esquina em um Volkswagen Parati, em uma rua no conjunto Colina do Alvorada, onde a vítima aparentemente se preparava para entrar em casa.
Em menos de 15 segundos, o policial militar se aproxima e encosta à direita do policial civil, e, sem descer do carro, efetua dois disparos de arma de fogo contra a vítima, que foi atingida na região do peito e da cabeça. Em seguida, Valério desce do carro e se aproxima do policial civil, depois entra no veículo e foge do local do crime.