A Polícia Civil do Piauí prendeu, no final da tarde desta quinta-feira (14), em Miguel Alves, o policial militar Francisco James de Assis Araújo , 62 anos, e Éder Jerônimo Vaz da Silva , 41 anos, acusados de torturar, assassinar e esquartejar dois homens acusados de matarem um empresário , crime ocorrido em 2016.
A prisão foi realizada pelo Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico ( Denarc ), em parceria com a Delegacia de Miguel Alves, com o apoio do Canil da Guarda Civil Municipal e da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí.
O Denarc deu cumprimento a quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela Comarca de Miguel Alves, que resultou em outra prisão em flagrante por tráfico de drogas.
O policial militar Francisco James e Eder Jerônimos são acusados de participação no duplo homicídio de Sabino Neto Cardoso dos Santos e Leonardo Vieira Silva, como vingança pelo empresário Kaleu Torres, que foi morto com uma facada no peito no dia 9 de fevereiro de 2016.
Vingança
Kaleu Torres foi assassinado durante uma festa de carnaval na cidade de Buriti (MA), onde ele residia há mais de três anos. A confusão iniciou depois que a vítima, natural de Miguel Alves, teria derrubado, acidentalmente, uma garrafa de bebida em um grupo de jovens. Inconformados, os homens perseguiram o empresário e o mataram com uma facada no peito.
Sabino Neto Cardoso e Leonardo Vieira Silva foram presos e seis dias após a prisão foram raptados de dentro da Delegacia de Buriti por um casal, que rendeu os policiais de plantão após fingir que iria registrar um Boletim de Ocorrência. Os corpos dos dois presos foram encontrados esquartejados em um povoado de Miguel Alves.
Prisão dos envolvidos
No dia 1º março de 2016 a polícia prendeu os primeiros suspeitos de envolvimento no duplo homicídio: Vitor Vieira Pontes Torres (irmão do empresário Kaleu Torres), Claudiane Lopes do Nascimento Pereira, Éder Jerônimo Vaz, Marcones de Pinho Araújo (padrasto de Kaleu), José Iranildo Cunha da Silva, e a esposa do empresário, identificada apenas como Renata.
Já em 31 de março de 2016 foram presas mais quatro pessoas acusadas de participação no crime: o policial Francisco James de Araújo, Yuri Torres, Joaquim Pontes e o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Miguel Alves, Odivan Torres.
Prisão pelo Denarc
Colocados em liberdade posteriormente, o PM Francisco James e Éder Jerônimo foram presos pelo Denarc também por outros delitos.
Francisco James foi autuado por posse ilegal de munição de arma de fogo e posse ilegal de acessório de arma de fogo, visto que, com ele, foram apreendidas munições de calibre 12, calibre .40, calibre 38 e uma munição de calibre 28 sem as devidas comprovações de respectivas origens.
Já Éder Jerônimo foi autuado em flagrante após ser flagrado com quatrocentos invólucros de substância análoga à cocaína. Segundo o Denarc, ele é um indivíduo altamente perigoso, pertencente a uma facção criminosa oriunda de penitenciárias do Estado do Maranhão.