A travesti Paloma Amaral, que se tornou conhecida após ser vítima de tortura no ano de 2021 em Teresina, foi morta a pauladas na última quarta-feira (06). Ela, que fazia um tratamento contra a dependência química, foi encontrada por populares no Centro de Teresina e ainda chegou a ser encaminhada para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.

Cerca de quatro dias depois, o corpo da travesti foi reconhecido por familiares nesse domingo (10). A família registrou boletim de ocorrência, e agora o caso passa a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Paloma do Amaral mantinha relação próxima com a coordenadora do grupo Matizes

Segundo a coordenadora do grupo Matizes, Marinalva Santana, Paloma era uma pessoa que, apesar das dificuldades enfrentadas, sempre mantinha um sorriso no rosto. As duas mantinham contato constante, e a partir do dia em que Paloma parou de enviar notícias, Marinalva começou a estranhar o desaparecimento dela.

“Mesmo que a vida nunca tenha sorrido para Paloma, ela estava sempre com um sorriso no rosto. Tinha uma energia boa. Astral sempre para cima. Toda semana ela ia ao meu trabalho, todo dia me mandava mensagem desejando bom dia. A última vez que ela foi no meu trabalho foi no dia 30 de novembro, dia que agendei uma consulta para ela no dia 5 de dezembro. Um dia antes ela ainda ficou de passar no meu trabalho para pegar umas roupas, mas não apareceu”, afirmou a coordenadora do grupo Matizes.

Nesta segunda-feira (11), Marinalva passou a tentar entrar em contato com conhecidos de Paloma, e foi aí que recebeu a notícia da morte dela. Ao GP1 , ela relatou que recebeu a notícia com choque, ao saber que Paloma havia sido vítima de uma violência cruel. “Eu tinha recebido mais cedo a notícia de uma pessoa que acompanhava a retificação dos documentos da Paloma. Fiquei chocada, e depois uma tia informou um conhecido que ela [Paloma] havia sido espancada, não se sabe por quem, chegou a ir para o HUT, mas não resistiu”, continuou Marinalva.

Paloma Amaral morava há três meses na Casa do Caminho, onde recebia três refeições ao dia e abrigo para dormir no dormitório LGBT, além de receber atendimento psicossocial no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para o tratamento do uso de drogas.

Relembra o caso

No dia 19 de julho de 2021, a travesti Paloma Amaral teve os pés e as mãos amarrados no porta-malas de um carro, enquanto era agredida por populares com um pedaço de madeira. Ela foi torturada após ser acusada de realizar um assalto no bairro São Joaquim, localizado na zona norte de Teresina.

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Travesti acusada de assalto é espancada em Teresina