A vereadora de João Pessoa, Raíssa Lacerda (PSB), teve a boca coberta pelas mãos de assessoras durante sua saída da Câmara Municipal , nessa terça-feira (15). O incidente ocorreu em meio a uma confusão. Raíssa, que foi presa pela Polícia Federal em setembro, declarou que considerou sua prisão injusta.
Além disso, afirmou que o presidente da Casa, Dinho Dowsley (Avante), deveria ser detido em vez dela, já que alguns dos investigados na operação que resultou em sua prisão são assessores dele.
“As duas [Pollyanna e Taciana] são apoiadoras do vereador Dinho, não são minhas apoiadoras; sou inocente”, disse Raíssa à imprensa. “Meu pai sofreu muito, minha família está toda estraçalhada por conta disso aqui, toda hora. Sou inocente”, disse Raíssa enquanto suas assessoras tentavam silenciá-la.
Minutos antes, dentro da Câmara Municipal, a vereadora usou a tribuna para acusar Dinho. “Quero dizer aos meus pares que sou inocente, sofri um calvário e que o que mais me chamou a atenção foi ser presa com três assessores do presidente da Casa”, declarou.
Entenda o caso da vereadora
Raíssa Lacerda foi detida em 19 de setembro acusada de aliciamento violento de eleitores em comunidades carentes da capital paraibana. Entre os envolvidos estão Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, suspeita de pressionar eleitores no bairro São José, e Taciana Batista do Nascimento, que teria atuado sob as ordens de Pollyanna para influenciar a comunidade. Ambas, segundo a PF, têm ligações com facções criminosas.
Embora Raíssa tenha conseguido a liberdade, ela está sujeita a algumas medidas judiciais, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Raíssa Lacerda e Dinho Dowsley apoiam o prefeito Cícero Lucena (PP) na busca pela reeleição em João Pessoa. Lucena mantém uma parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, durante o primeiro turno, o escândalo de aliciamento violento de eleitores envolveu seu nome. Em um dos desdobramentos da Operação Território Livre, a polícia prendeu sua esposa, Lauremília Lucena.