O juiz federal Carlos Gustavo Chada Chaves , da 4ª Vara Federal no Pará, concedeu liberdade provisória ao policial militar do Piauí, Flávio César Moreno da Silva Júnior e aos outros dois presos, na segunda-feira (05), com R$ 3 milhões em eletrônicos no aeroporto de Belém-PA. A decisão foi dada durante audiência de custódia realizada nessa terça-feira (06).
Conforme a decisão, a soltura foi concedida mediante pagamento de fiança arbitrada no valor de R$ 1 mil para o policial e para Paulo Roberto Marinho de Loiola e de R$ 2 mil para a norte-americana, Suyumi Quiroz .
Foram determinadas ainda as seguintes medidas cautelares aos três acusados: comparecimento bimestral à Seção Judiciária do Piauí, cidade de residência de Paulo Roberto e Flávio César para justificar as suas atividades e informar endereço atualizado, que também estão proibidos de se ausentar da Comarca de sua residência, sem autorização deste Juízo e de alterar de residência, sem prévia comunicação ao Juízo; retenção do passaporte de Suyumi Quiroz até a comprovação do endereço e telefone atualizado nos EUA, ficando proibida ainda de se ausentar da cidade de Belém, sem prévia autorização do juízo.
O magistrado alertou também que o descumprimento das medidas implicará na substituição ou cumulação da fiança com outras medidas cautelares, inclusive, a de prisão preventiva.
Foi autorizado também o afastamento do sigilo de dados dos quatro aparelhos telefônicos apreendidos, vez que podem conter dados que ajudem a identificar outros integrantes da prática criminosa, conforme pedido da autoridade policial.
Eletrônicos seriam vendidos no Piauí
O delegado Bruno Mota , da Polícia Federal no Pará , afirmou que os eletrônicos oriundos dos Estados Unidos apreendidos no Aeroporto Internacional de Belém (PA) seriam comercializados no Piauí. O material, avaliado em cerca de R$ 3 milhões, foi apreendido com o cabo da PM-PI, Flávio César Moreno da Silva Júnior, que estava com a norte-americana Suyumi Quiroz e com o teresinense Paulo Roberto Marinho de Loiola.
A informação foi confirmada nessa terça-feira (06) com exclusividade ao GP1 . Segundo o delegado, a investigação do monitoramento do aeroporto detectou os aparelhos em quatro malas de Suyumi Quiroz e a ação criminosa deles se enquadra como contrabando. Além disso, a principal suspeita da Polícia Federal é de que o material seria encaminhado para venda no Piauí.
“A Polícia Federal abordou essa passageira norte-americana que estava vindo dos Estados Unidos umas 5h com esses aparelhos, que necessitam do controle da Anatel para ser comercializados, a pessoa pode trazer de forma legal, para uso, mas comercializar precisa de outras autorizações. Possivelmente o pessoal vai ser enquadrado no crime de contrabando e tem o agravante de usarem modal aéreo. E após a abordagem dessa passageira encontramos outros dois homens [entre eles o PM Flávio César Moreno da Silva Júnior] que estavam com uma caminhonete e que possivelmente iriam comercializar esses produtos no Piauí”, detalhou o delegado Bruno Mota.
Entenda o caso
A prisão ocorreu a partir de monitoramento aeroportuário, que verificou a suspeita de uma passageira vinda da cidade de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos. O raio-X atestou o transporte dos produtos eletrônicos, que foram importados de maneira irregular, sem pagamentos de impostos.
No estacionamento do aeroporto, Flávio Cesar e Paulo Roberto aguardavam a estrangeira. Os três foram presos e levados com o veículo e a carga à Superintendência da Polícia Federal no Pará. Também foi apreendida uma caminhonete Toyota SW4, avaliada em R$ 300 mil, que levaria a carga.
Em quatro malas foram apreendidos quase R$ 1 milhão somente de Iphone 15 Pro Max. Também havia Macbook, Apple Watch Ultra 2, fones de ouvido, canetas Ipad, dezenas de Iphones recondicionados de gerações anteriores e mais de 20 relógios de luxo, segundo a Policia Federal.
A Polícia Federal constatou ainda, após consulta ao Sistema de Tráfego Aéreo, que Suyumi Quiroz possuía vinte e oito movimentações de entradas e saídas do Brasil com origem em sua maioria de Miami e Fort Lauderdale.