Os professores e servidores técnicos administrativos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) realizaram, nesta quinta-feira (25), paralisação em apoio ao candidato a presidência Fernando Haddad. O ato aconteceu na Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi), na zona leste de Teresina.
André Gonçalves, presidente do Sintufpi (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Piauí), falou da importância da união das classes: “Não existe mais espaço pra cada um estar fazendo movimentos isolados, a conjuntura nos obriga a realizarmos a união, atos conjuntos em defesa de um bem comum que hoje é a nossa sobrevivência enquanto trabalhadores da educação”.
“Muitas vezes nos acusam de sermos terroristas sindicais quando nós falamos certas realidades que podem vir pra dentro das instituições públicas de ensino superior, mas infelizmente o que está colocado aí no horizonte é muito difícil”, declarou o sindicalista.
André criticou a possibilidade da cobrança de mensalidades para estudantes das instituições públicas de ensino superior, que é uma ideia da equipe do candidato Jair Bolsonaro (PSL), devido ao fato de grande parte das vagas serem ocupadas por estudantes de escolas particulares, que segundo a equipe, poderiam arcar com as mensalidades: “É propagado hoje em dia em relação às instituições públicas de ensino superior que quem está dentro das universidades públicas são pessoas que têm poder aquisitivo muito alto, e que então elas podem pagar uma mensalidade, mas eles esquecem que a Associação Nacional dos Reitores fez um documento em 2016 e lá fez um levantamento do perfil do alunado das instituições públicas de ensino superior e lá foi colocado que 66,2% dos alunos são aqueles que têm de renda média mensal um salário mínimo, das classes D e E, são esses dados que essa galera que está querendo tomar o poder não aceita”, disparou.
“Hoje, o que nós temos que fazer, é mostrar para as pessoas que se dizem indecisas ou que acreditam que a brutalidade, o ódio é que vão resolver os problemas desse país, que não é isso. Nós fizemos uma paralisação hoje, vamos fazer uma paralisação amanhã em defesa da democracia e em defesa da autonomia universitária. Nós não podemos nos calar diante dessa onda fascista que tá tomando conta do nosso país”, finalizou André.
A senadora e vice-governadora eleita, Regina Sousa (PT), também esteve presente no ato e discursou: “Tenho esperança que vire, mas não está fácil, mas eu acho que a gente deixou muita coisa acontecer. Desde 2016 que esse país vem numa efervescência e a gente foi pagando pra ver, derrubaram uma presidente eleita, independente se o governo estava bom ou não, ela era presidente eleita e a gente deixou acontecer sem muita reação, porque não gostava dela ou o governo não estava bom, e a partir dali o pessoal foi ganhando fôlego pra fazer o que está fazendo hoje. A gente está despertando tarde. Nós vamos ter que fazer resistência se perdermos a eleição domingo porque não é gostar ou não gostar do PT, é democracia ou barbárie, escolha”, enfatizou.
Merlong Solano (PT) também participou da manifestação e explanou: "Acredito que aqui ninguém tem dúvida do que está em jogo, a democracia brasileira está em jogo junto com os direitos sociais e as conquistas que juntos realizamos a partir da Constituição de 1988, acho que ninguém tem dúvida ao ver tudo que o Bolsonaro tem dito nos últimos 30 anos da sua vida como parlamentar, o que ele representa. Precisamos encarar isso de frente, mas encarar com a esperança dos homens e mulheres que lutam até último minuto, é isso que nós temos que fazer".
A paralisação vai ser realizada também nessa sexta-feira (26), com aula pública no CCN, entre os blocos de física e matemática e o encerramento será às 16h com ato de rua na praça do Liceu piauiense.
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