- Foto: DivulgaçãoComplexo Penitenciário Anísio Jobim
O secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas, Sérgio Fontes, confirmou o total de 60 mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no km 8 da BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR), após rebelião de facções. Para o secretário, o episódio foi "o maior massacre do sistema prisional do Amazonas".
Segundo o G1, o secretário acredita que uma fuga no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), onde dois criminosos postaram nesse domingo (1º) uma foto no Facebook, com a legenda “fuga da cadeia”, pode ter relação com a rebelião no Compaj, comandada por integrantes da facção Família do Norte (FDN), e que "não havia sido planejada previamente".
De acordo com Sérgio Fontes, todos os mortos são integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), rivais aos FDN. A rebelião que começou no final da tarde de ontem, durou mais de 17 horas e só encerrou na manhã desta segunda-feira (02). "Esse foi mais um capítulo da guerra silenciosa e impiedosa do narcotráfico", disse.
Ainda de acordo com o G1, um dos mortos foi o ex-policial militar Moacir Jorge Pessoa da Costa, conhecido como "Moa", que cumpria pena por homicídio e Costa integrava uma suposta organização criminosa comandada pelo ex-deputado estadual Wallace Souza. Moa morreu carbonizado em uma das celas e foi o único detento a ter a identidade informada pela SSP.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida, contou que conseguiram fazer uma negociação por volta das 20h30. "Nós tivemos a noite mais sangrenta da história do Estado nos presídios. Eu e o juiz Valois negociamos. Eles pediram a presença da imprensa na madrugada, mas não havia ninguém. Doze carcereiros foram feitos reféns e havia a possibilidade toda hora de um conflito maior. Pediram coisas que não julgamos absurdas, como garantir a integridade deles, por isso o juiz assinou com eles", declarou.
Durante uma coletiva de imprensa, o secretário Sérgio Fontes, afirmou que 12 servidores e 14 presos foram feitos de refém. Além de mortes por incêndio, houve também execuções por armas brancas e de fogo. Quatro pistolas e uma espingarda calibre 12 foram apreendidas. Alguns corpos foram jogados sem as cabeças para fora do presídio. Além dos mortos, aproximadamente 300 detentos podem ter fugido. Cerca de 15 já foram recapturados até o fim da noite de ontem, segundo a Veja. Já no Ipat, foram 87.
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