O delegado Lucimar Sobral, detalhou em coletiva de imprensa nesta terça-feira (21), como se deu a investigação da Operação Viúvo Negro, deflagrada pela Polícia Federal no início da manhã, que culminou com a prisão do casal Elizana e Elber Oliveira.
A operação teve como objetivo desarticular o esquema do casal, que é acusado de associação criminosa, estelionato qualificado, uso de documento falso e falsidade ideológica. Foram cumpridos dois mandados de prisão e quatro de busca e apreensão em Teresina.
Esquema
Segundo o delegado, as pensões foram concedidas em 2007, 2008 e 2009 e já estima-se um prejuízo de mais de R$ 2 milhões. “O casal que foi preso criava documentos falsos de pessoas que não existiam e a partir dessas pessoas, eles criavam certidão de casamento, pagavam o INSS durante dois ou três meses para criar aquele vínculo com a previdência social e a partir daí eles “matavam” aquela pessoa para gerar a pensão por morte para a esposa ou marido”, contou.
- Foto: Thais Souza/ GP1Delegado Lucimar Sobral
Ainda de acordo com o delegado, as pessoas eram criadas a partir da foto e impressões digitais dos próprios presos. “O Elber, Alessandro, Edvaldo e Welber são a mesma pessoa. Ele criou, com a fotografia dele outras três pessoas. Quando pegamos o RG deles, tem a foto e digital da mesma pessoa. Com ela [Elizana] aconteceu a mesma coisa. Darcila, Dayla, Aldaci e Francisca Jeane foram criadas. Todos os documentos, se vocês forem nos cartórios, eles existem. São documentos ideologicamente falsos, a base é verdadeira, mas ideologicamente falso”, afirmou.
- Foto: Divulgação/ PolíciaFederalIdentidades falsas apreendidas na Operação Viúvo Negro
As investigações tiveram início em 2015. Estima-se que valor do prejuízo na Previdência pode chegar a mais de R$ 4 milhões. A polícia pediu o bloqueio das contas e o sequestro dos bens dos presos na operação.
Buscas
O delegado afirmou que documentos que comprovam as fraudes foram encontrados durante os mandados de busca e apreensão. “Durante as buscas, nós conseguimos apreender vários documentos que comprovam a fraude nos quatro benefícios iniciais, bem como confirmou a existência de outros oito ou dez benefícios que nós tínhamos suspeita de fraude. Foram apreendidos CPFs falsos, carteira de trabalho falsas, carteira de identidade falsas, documentos diversos que comprovam o envolvimento desse grupo criminoso também em outros benefícios”, ressaltou.
- Foto: Lucas Dias/GP1A mulher se passava por morta
“Foram feitas buscas em dois endereços do escritório, na casa dele e na casa da sogra, que fica ao lado de um dos estabelecimentos e possuía documentos guardados. Em relação aos cartórios investigados, que são do Tocantins, Ceará e Piauí, a princípio não detectamos nenhum envolvimento”, completou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Elber Oliveira
Fraudes bancárias
Ainda segundo o delegado Lucimar Sobral, foram detectadas ainda fraudes bancárias realizadas pelas pessoas fictícias. “Durante as buscas, foi possível identificar também que havia fraudes bancárias, no sentido de que vários contratos de empréstimos bancários, vários cheques em nome das pessoas que não existem foram encontrados”, afirmou.
Ver todos os comentários | 0 |