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Teresina - Piauí

Parte do Hospital Veterinário continua interditado pela Adapi

Um cavalo estava internado no hospital com Mormo, doença infectocontagiosa que também pode ser transmitida a humanos. Todos os animais e funcionários estão realizando exames

Desde o dia 05 de julho, parte do Hospital Veterinário da UFPI está interditado pelo foco da doença Mormo, zoonose que acomete equinos e também pode ser transmitida para seres humanos. Um cavalo, que estava internado no local foi diagnosticado com a doença. No dia 18 de julho, a ADAPI confirmou o diagnóstico. O animal foi sacrificado, seguindo os protocolos estabelecidos.

O diretor do Hospital Veterinário, João Macêdo de Sousa comentou sobre o que está sendo feito no local após o diagnóstico da doença.


“Não é uma interdição total, corresponde apenas ao setor de grandes animais. Então, os que estão internados, 19 no total, não podem sair e outros não podem dar entrada no hospital. A Adapi está fazendo o controle e o local está de quarentena. Se o resultado dos exames for negativo, com 45 dias é feito o teste novamente para contraprova, se for positivo os animais com a doença terão que ser sacrificados”.

O Mormo é uma zoonose, além dos animais, a doença pode ser transmitida para seres humanos. De acordo com o diretor, os funcionários do local também estão realizando exames, veterinários e funcionários em geral, "são 23 pessoas no total que vão participar dos exames, primeiro aqueles que tiveram mais contato e depois os outros que tiveram indiretamente o contato com o animal. O equino é de um aras em Teresina, o lugar também foi interditado pela ADAPI".

O GP1 entrou em contato com Monica Arrivabene, professora doutora da Clínica de Equídeos do HVU da UFPI que explicou mais sobre a doença do Mormo. Ela demonstrou preocupação com o recente foco da doença, pois ela não tem cura. "Essa doença já foi dada como extinta, mas em 2000 tivemos casos no Piauí, na época foram 4 diagnósticos de Mormo positivo. O último caso havia sido registrado em 2017 e agora teve esse em 2019. A doença se dá por causa de uma bactéria que é altamente resistente, é uma doença que, infelizmente não tem cura", comentou a professora.

"A doença tem um período de encubação de 6 meses, e por isso, os animais não apresentam nenhum sintoma nesse período de tempo. Em seguida, o animal geralmente começa a emagrecer e apresenta uma secreção nasal, além de um aumento de volume em alguns membros do corpo como pequenos nódulos. Após um tempo, o animal tem úlceras em forma de estrela, bem peculiar do Mormo. É altamente contagioso, tanto para os animais e para os seres humano que tem o contato, a transmissão se dá por meio de secreções expelidas pelo animal com a bactéria", completou a professora.

A doença em humanos é fatal e deve ser tratada qualquer pessoa que tenha sido exposta mesmo que não haja presença de sintomas.

NOTA OFICIAL DA UFPI SOBRE O CASO

A Administração Superior da Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio do Hospital Veterinário Universitário (HVU), informa que, no final de junho, deu entrada no hospital um cavalo com sintomas semelhantes ao Mormo equino. O resultado do primeiro exame, dia 5 de julho, mostrou-se inconclusivo. Mesmo assim, o HVU tomou todas as medidas necessárias, incluindo o isolamento prévio do animal e a restrição do acesso à Clínica de Grandes Animais do Hospital.

Em um segundo exame, no dia 18 de julho, foi confirmado o diagnóstico de Mormo, sendo o animal sacrificado conforme protocolo estabelecido.

A Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi) reforçou a necessidade de interdição da Clínica de Grandes Animais do HVU, pelo risco de contaminação no local, e controle da disseminação da doença; medidas já tomadas pelo hospital. Confira nota.

A experiência da equipe do HVU e a expertise na realização de atendimentos diversos, desde consultas, cirurgias, internações e inúmeros tipos de exame foram fundamentais para a detecção da doença, buscando evitar possível contaminação de outros animais e de seres humanos.

Na tarde da última terça-feira (24), a Vice-Reitora da UFPI, Profa. Dra. Nadir Nogueira, recebeu o Diretor do HVU, Prof. Dr. João Macedo e o Médico Veterinário da UFPI, Osvaldo Duarte, e trataram sobre as medidas adotadas e providências futuras da Universidade sobre o caso. Na ocasião foi informada, ainda, sobre a reunião que aconteceu no mesmo dia, com representantes de entidades relacionadas ao caso, como a ADAPI, a Associação dos Vaqueiros Amadores do Piauí (AVAPI), o Centro de Controle de Zoonoses de Teresina e o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

Em 16 anos de funcionamento, o HVU já atendeu mais de 150 mil animais e realizou quase 750 mil procedimentos médicos (consultas, cirurgias, exames laboratoriais, raios x e ultrassons), funcionando 24 horas, para o bem atender na prestação de serviços especializados.

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