A greve dos caminhoneiros já chega ao sexto dia em todo o país. O presidente da OAB-PI, Chico Lucas, afirmou em entrevista ao GP1 na manhã deste sábado (26), que pretende dialogar com os comandantes da Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF), para que não haja nenhum tipo de embate com os manifestantes. Nesta sexta-feira (25), o presidente Michel Temer autorizou o uso das Forças Armadas para desobstruir as vias.
“Nós não podemos aceitar que o Estado negocie com força. Não podemos aceitar que a paralisação seja coibida com a utilização das Forças Armadas e com as forças policiais. Se ela for pacífica ela é legítima, sendo legítima, ela não pode ser combatida com violência. Então nós estamos aqui dando essa assistência. Vamos ligar para o Comando da Polícia Militar e para o Comando Polícia Rodoviária Federal para dizer que qualquer atitude, que a gente seja chamado para negociar e que sejam respeitados os direitos fundamentais dos manifestantes. A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal são muitos respeitadas, muito sérias, e nós temos certeza que vão agir com muita destreza, pois os comandantes são pessoas muito experientes e corteses”, declarou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Presidente da OAB-PI, Chico Lucas
Segundo ele, a OAB-PI não está tomando partido na manifestação, e sim, dando assistência e prestando esclarecimentos. “Não estamos entrando no mérito da manifestação, esse não é o objetivo. O objetivo da ordem é, a pedido dos manifestantes, que ligaram e pediram, prestar assistência. Então a gente veio aqui como instituição jurídica, que zela pela justiça social e pelo estado democrático de direito, orientá-los e dizer o que pode e o que não pode. Nós declaramos, por exemplo, que não pode haver interrupção na via, não pode ser violenta, não pode retirar o direito das pessoas de ir e vir”, afirmou.
Desobstrução das vias
De acordo com Chico Lucas, os caminhoneiros concordaram em permitir a passagem de prestadores de serviços essenciais.” Foi conversado aqui, que eles vão desobstruir para atender serviços essenciais como liberar para ambulâncias, para forças policiais, para ter a tranquilidade de que a população não vai ser afetada nos serviços essenciais”, ressaltou.
Crítica
Ainda segundo o presidente da OAB-PI, o acordo proposto pelo Governo deve ser revisto, assim como a política de preços da Petrobras. “Eu acho que tem que ser revisto tudo, Cide, PIS/Cofins, o ICMS do estado, tudo tem que ser revisto. Mas também tem que ser discutida a política de preços. Hoje a oscilação do dólar e a oscilação do preço do petróleo é repassada ao consumidor diariamente. Então a gente tem uma empresa que é estatal, que precisa não servir aos interesses dos acionários, mas servir aos interesses da população”, disse.
“O maior acionário da Petrobras é o povo brasileiro. E o povo brasileiro está se sentindo massacrado com o preço do petróleo, com o preço da gasolina e do diesel. Então eu não vejo aqui nenhum movimento político, eu vejo um movimento de pessoas que estão gritando por socorro, pedindo que o Governo veja a situação deles. Eles querem trabalhar e ter uma vida digna, então não é com cacete, com bala de borracha que vai se resolver o problema”, acrescentou o presidente da OAB-PI.
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