A diretora administrativa do Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, Maria Ocionira Barbosa de Sousa, apontada como coautora intelectual da morte do cabo Claudemir de Sousa, também é suspeita de participar de uma fraude em benefícios do INSS juntamente com o namorado Leonardo Ferreira Lima. A suspeita ocorreu após a polícia encontrar documentos na casa de Leonardo.
A Polícia Civil está investigando preliminarmente o fato. O secretário de Segurança Fábio Abreu disse que ainda estão ocorrendo apurações, para que seja formalizada a denúncia à Polícia Federal, que tem competência para investigar o caso.
De acordo com o delegado Gustavo Jung, que presidiu o inquérito sobre a morte do militar, Leonardo trabalhava como uma espécie de secretário de Maria Ocionira, nesse possível esquema. Foi encontrada inclusive uma agenda com nomes e valores devidos aos dois.
- Foto: Divulgação/Polícia CivilOcionira e o cabo Claudemir
“Foram encontrados alguns documentos que dão conta de possíveis fraudes em procedimentos de aposentaria junto ao INSS. Um detalhe que chamou bastante atenção que nesses documentos haviam informes fazendo referência ao nome dela. Foi encontrado inclusivo agendas que fazia referências de montantes financeiros devidos à Maria Ocionira e a Leonardo, levando a crer que ambos eram parceiros profissionais e que o Leonardo fazia uma forma de secretariado da Maria Ocionira”, relatou.
O delegado não informou quais os valores descritos nas agendas, pois são detalhes que serão enviados à Polícia Federal. “Essas informações mais precisas vão ser enviadas, a Federal vai entrar no caso, inclusive já pedi para o juiz Luiz Moura, da Central de Inquéritos para que remeta toda essa documentação”.
Outro fato que leva remete a um esquema de fraude é o fato de haver carimbos e selos sindicais e cartoriais junto aos documentos. “Nessa documentação havia carimbos de inúmeros sindicatos de municípios do Piauí, carimbos de tabelionatos de notas, selos tanto judiciais como de serventias cartoriais. Inicialmente a gente não pode dizer se são falsos ou não, apesar de que visivelmente a gente vê diferenças, somente a perícia vai apurar isso. Mas, sem dúvida alguma, esse material não era pra estar ali, aquele monte de selos. Também há informações bastantes comprometedoras relacionada à modificação de alguns dados naquela documentação, de forma ilícita, porque não se modifica documentos públicos. Todos esses documentos serão encaminhados para a PF”.
O crime
O cabo Claudemir Sousa foi assassinado com vários tiros na noite de terça-feira (06), deste mês, quando saia de uma academia localizada na avenida principal do bairro Saci, zona sul de Teresina. Nove pessoas foram indiciadas por participação no crime, entre eles, Maria Ocionira, como coautora intelectual do assassinato.
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