O juiz Valdemir Ferreira dos Santos, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, em decisão proferida nesta terça-feira (16), concedeu prisão domiciliar ao professor Francisco de Assis Barreto, que havia sido preso juntamente com o jornalista Arimatéia Azevedo, sob acusação de prática de extorsão qualificada.
O magistrado deferiu pedido formulado pela defesa do professor, que solicitava a revogação da prisão preventiva ou a substituição por prisão domiciliar, argumentando que Francisco Barreto “não responde a nenhuma ação penal, sendo absolutamente primário, possui 69 anos de vida dedicando destes há mais de 30 anos como professor de Filosofia da UESPI, com família constituída, inclusive com filho portador de autismo sendo o responsável direto pelos cuidados de seu filho deficiente, de 19 anos”.
- Foto: Lucas Dias/GP1Francisco Barreto acompanhado por policiais
A defesa também apresentou documentos comprovando que o acusado sofre de problemas de saúde, como hipertensão arterial sistêmica, obesidade grau III e transtorno de ansiedade, o que o coloca no grupo de risco do novo coronavírus (covid-19).
Diante disso, o juiz deferiu em partes o pedido, não revogando a prisão preventiva, mas a convertendo em domiciliar, com algumas medidas cautelares. Francisco Barreto não poderá se ausentar da Comarca de Teresina sem autorização judicial, não poderá manter contato com Arimatéia Azevedo nem com qualquer pessoa que com ele tenha contato, e também fica proibido de utilizar aparelhos de comunicação, exceto para situações ligadas a sua saúde.
“Destaco que só poderá ausentar-se de sua residência, durante o dia, para ir ao supermercado, ou em caso de necessidade de tratamento de saúde própria ou do filho, bem como outras necessidades inerentes à saúde, ou em caso de determinação judicial para comparecimento em juízo ou perante a autoridade policial para prestar esclarecimentos relacionados aos autos da investigação. Ressalto que o descumprimento de quaisquer medidas acima estabelecidas poderá ensejar o cancelamento do benefício da prisão domiciliar e reestabelecimento da prisão preventiva nos moldes originais”, sentenciou o juiz Valdemir Ferreira dos Santos.
Arimatéia Azevedo segue preso
Também nesta terça (16) o jornalista Arimatéia Azevedo foi transferido para a sede da Academia de Polícia Civil do Piauí (Acadepol). Ele estava sob custódia no 12º Distrito Policial desde o dia em que foi preso em casa, no bairro Todos os Santos, zona sudeste de Teresina.
- Foto: Reprodução/WhatsAppArimatéia Azevedo saindo do 12º Distrito Policial
Entenda o caso
Francisco de Assis Barreto e Arimatéia Azevedo foram preso no dia 12 de junho em Teresina, pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), durante o cumprimento de mandados de prisão preventiva por crime de extorsão qualificada, expedido pelo juiz da Central de Inquéritos, Valdemir Ferreira Santos.
As investigações apontam que o professor seria o “homem de confiança” do dono do Portal AZ, que está sendo acusado de extorquir o médico Alexandre Andrade, que teria pago R$ 20 mil ao jornalista, para que ele não publicasse notícias em seu desfavor.
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