O delegado civil Daniel Pires, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, em entrevista coletiva realizada nessa sexta-feira (4) afirmou que o homem preso por crime de estrupo por meio virtual já havia namorado a vítima.
Em junho desse ano, uma estudante universitária, que possui cerca de 30 anos, denunciou que estava recebendo ameaças do ex-namorado, que trabalhava como vigilante. Segundo o delegado, o acusado conhecia há cinco anos a vítima e namorou com ela por um mês neste ano. No período do namoro, sem o consentimento, ele tirou fotos íntimas dela.
Em junho, quando os dois já não estavam namorando, o acusado decidiu fazer um perfil falso no Facebook e ameaçou divulgar as fotos e vídeos da estudante. “Na época ele adentrou na casa dela com o seu consentimento, mas ela não autorizou essas fotos. Ele então exigiu que ela enviasse mais fotos, com o pretexto de que se ela não enviasse, iria divulgar as que ele já tinha. Uma grave ameaça. Além das fotos, ele também exigiu que ela cometesse consigo mesmo ato libidinoso, que era introduzir objetos e fazer masturbação enquanto enviava esse vídeo para ele”, afirmou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Daniel Pires
Ele explicou que por dois dias a vítima chegou a fazer o que o acusado pedia, mas que depois ela decidiu procurar a polícia para denunciar o caso. Ele foi preso na sua residência, na manhã dessa sexta-feira.
“Ele foi preso em Teresina, não posso divulgar o nome dele e nem da vítima, pois pedi segredo de justiça para preservar a jovem, como também preservar a investigação em si. Tudo foi feito com o apoio do juiz da central de inquéritos, Luiz Moura, e do Tavares, do Ministério Público que foram muito diligentes. Foi um caso que foi resolvido em 40 dias, devido à agilidade do Ministério Público e Judiciário”, esclareceu.
Esse é o primeiro caso de estupro ocorrido na modalidade virtual registrado no Piauí e o delegado pediu que as vítimas denunciem qualquer tipo de ameaça. “O que ocorre é que houve o crime de estupro na modalidade virtual, já que não existe no ordenamento jurídico brasileiro o crime de estupro virtual. Ele responderá pelo crime que é hediondo e não há fiança, com pena de 6 a 10 anos. Embora seja o primeiro caso solucionado em Teresina, acredito que vários casos ocorram, onde as vítimas acham que o caso não vai ser solucionado. Pedimos que as vítimas procurem a Delegacia de Repressão por Crimes de Informática onde existem pessoas comprometidas pelo trabalho. Agradeço a minha equipe, que mesmo com a demanda vem trabalhando”, finalizou.
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