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EXCLUSIVO! Perícia no local onde corpo de Fernanda Lages foi encontrado não foi feita por peritos

O Portal GP1 apurou que a direção do Instituto de Criminalística mandou dois agentes de polícia para o local onde o corpo foi encontrado para realizar a perícia. Veja os nomes.

Quando ocorre um encontro de cadáver é a Polícia Civil a responsável em desvendar o que pode ter acontecido. É preciso isolar o local onde foi encontrado o corpo e preservá-lo intocado e protegido para que em seguida sejam recolhidas informações que levarão à elucidação do fato. Os agentes da polícia civil realizam, cada um em sua função, ações investigativas. É nesse momento que entram em ação os seus agentes especializados: os peritos papiloscopistas, criminais, médico-legistas e odonto-legistas. Somente eles podem recolher provas encontradas no corpo do cadáver e no local onde ele foi encontrado.

Não foi o que aconteceu no Caso Fernanda Lages!

Imagem: ReproduçãoFernanda Lages Veras (Imagem:Reprodução)Fernanda Lages Veras

A equipe do Portal GP1 averiguou e descobriu que não foram os peritos que colheram provas no local onde o corpo de Fernanda foi encontrado na manhã de 25 de agosto, e sim agentes de polícia civil enviados pelo Instituto de Criminalística.

Os passos da polícia civil na manhã de 25 de agosto

Por volta de 08hs da manhã, Cassandra Lages, tia da estudante, registrou o boletim de ocorrência no 5° Distrito Policial de Teresina. Às 08:30hs o policia civil plantonista Charlie Brow chegou no prédio do MPF com o objetivo de preservar o local do crime até chegarem os peritos. Porém, ao chegar lá encontrou o tenente coronel Almeidinha que já havia chegado, não tinha feito o isolamento da área e já tinha deixado muitas pessoas transitarem pelo local.

Por volta das 10hs da manhã o Instituto de Criminalística enviou seus profissionais para o local. Até hoje os representantes do referido Instituto, da Delegacia Geral da Polícia Civil, da Secretaria de Segurança Publica e da CICO afirmam em suas declarações à imprensa que peritos fizeram a coleta dos materiais no local para que fossem realizados os laudos periciais. Mas não foi o que aconteceu.

Os agentes de policia José Aurimar e Marcelo foram enviados para o local. Eles foram os responsáveis por isolar a área, colheram os materiais do local e fotografaram, com uma câmera fotográfica amadora, o que consideraram relevante.

Por Lei, na hora das coletas os peritos tinham a obrigação e o dever de comparecer ao local onde o corpo foi encontrado.

Imagens mostram os dois agentes de polícia cometendo erros no local do crime

Imagens analisadas por um meio de comunicação local e disponíveis no site de vídeos Youtube mostram os dois policiais cometendo erros primários no local do crime. Durante o trabalho de coleta o local permaneceu cheio de pessoas e o corpo de Fernanda foi coberto por um papelão. As imagens mostram uma luva de operário de construção ao lado do corpo da estudante na altura da cabeça. Em determinado momento o papelão é retirado de cima do corpo e arrasta a luva para longe do local em que estava inicialmente. Depois um dos policiais passa e pisa no lugar onde antes encontrava-se a luva.

As imagens mostram também a precariedade com que o poder público obriga a policia civil a trabalhar. As imagens mostram que, além da maquina tipo cybershot com que tiraram as fotos, os policiais recolheram os materiais que julgaram necessário e um deles pediu ao outro que pegasse no chão um saco plástico de supermercado que momentos antes estava voando pelo local, passando inclusive por cima do corpo de Fernanda antes de ficar enganchado em barras de ferro onde o segundo policial o recolheu, entregou ao primeiro policial que colocou tudo ali mesmo, ali naquele saco que estava jogado pelo local. Isso foi o que as câmeras conseguiram registrar. Veja abaixo o vídeo:

Técnico de imagens questiona "´peritos" do caso Fernanda Lages

O que mais pode ter acontecido naquele local quando dois policiais não especializados foram enviados por seus superiores para realizar um trabalho que não cabia em suas funções? E eles estavam apenas cumprindo ordens. Quantos outros deslizes como estes devem ter acontecido longe do registro da câmera de filmagem? Quantos agentes policiais não especializados em perícia estão sendo obrigados a realizar trabalhos que não fazem parte de suas funções?

O Portal GP1 também descobriu o porquê.

Peritos não vão para o campo

Enquanto agentes de polícia são obrigados a realizar o trabalho dos peritos sem preparação específica e sem nenhuma remuneração adicional, alguns peritos concursados exercem outras funções que não fazem parte das atribuições de seus cargos e com polpudos adicionais de condição especial de salário.

O perito criminal concursado e recém convocado Saulo José Soares Varão, matrícula 218908-9, está em estágio probatório. Porém ele não realiza atividades relativas ao seu cargo. Saulo Soares Varão é chefe de informática, recebe seu salário de perito e além disso recebe R$ 2.400,00 como condição especial de trabalho pela chefia de informática que não deveria estar exercendo. Enquanto isso agentes de polícia são obrigados a irem a campo realizar o trabalho dos peritos.

Diretor José Luiz

O perito José Luiz de Souza Filho, matrícula 009788-8, é o diretor, já há quase 15 anos, da Unidade de Polícia Técnico-Científica, responsável pelo Instituto de Criminalística, pelo Instituto Médico Legal e pelo Instituto de Identificação.

Imagem: ReproduçãoJosé Luiz Souza(Imagem:Reprodução)José Luiz Souza

O Diretor é o responsável pelo bom funcionamento dos referidos institutos, entrou sem concurso público, é formado em engenharia de agrimensura, recebe R$ 8.000 de salário além de R$ 3.800,00 como condição especial de trabalho.

Anúncio do resultado do inquérito

Está previsto para esta terça-feira (25) pela manhã a Comissão Investigadora do Crime Organizado anunciará o resultado das investigações mesmo sem a entrega do laudo com as amostras de DNA que estão sendo realizados na Paraíba.

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