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Coronavírus no Piauí

Covid-19: postos de combustíveis vão demitir até 3 mil funcionários

"Matematicamente falando é menos traumático para a empresa quando ele retornar das férias, demitir o funcionário. É uma coisa que é feita a duras penas", afirmou o presidente do sindicato.

Em entrevista ao GP1 nesta quinta-feira (30) o presidente do Sindicato dos Proprietários dos Postos de Combustíveis no Piauí, Alexandre Cavalcante, afirmou que até o fim do mês de maio a estimativa é que o setor de combustíveis vai demitir mais de 3 mil funcionários.

“Hoje aproximadamente 20% do quadro foi demitido, mas até o final de maio acho que esse número vai chegar a 1/3, cerca de 30% dos funcionários serão demitidos. Seria mais ou menos 3 mil pessoas”, destacou Alexandre.


  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Postos sem combustíveis em TeresinaPosto de combustíveis em Teresina

Ao ser questionado sobre as medidas que os proprietários de postos de combustíveis estão tomando para tentar diminuir a crise durante a pandemia do novo coronavírus e evitar demissões, Alexandre explicou que de início foi dado férias a alguns funcionários.

“A primeira coisa que a gente faz é dar férias, então a gente usa as férias e o quadro para frente é de muita instabilidade, a gente não sabe como vai ser, a gente não tem uma análise a ser feita. À medida que você não tem horizonte para investir e sua empresa está no vermelho, não tem outra opção a não ser demitir, daqui a pouco você não tem como pagar o salário do funcionário”, continuou.

Ainda conforme Cavalcante, matematicamente causa menos prejuízo demitir o funcionário após o retorno das férias do que mantê-lo com poucas vendas.

“Essa questão que o Governo Federal deu de 60 dias, ela se tornou inócua, porque quando você volta dos 60 dias, você tem que dar uma estabilidade ao trabalhador e você não tem um horizonte para esses próximos 120 dias. Matematicamente falando é menos traumático para a empresa quando ele retornar das férias, demitir o funcionário. É uma coisa que é feita a duras penas, porque demissão é caro, porque além de pagar caro pela admissão, você treinou esse pessoal, você investiu em cursos, de uma hora para outra você é forçado de abrir mão dos funcionários”, lamentou o presidente do sindicato.

Crise

Alexandre responsabilizou ainda o Governo do Estado pelo agravamento crise. Conforme o presidente do sindicato, o imposto estadual sobre o combustível aumentou durante a pandemia. O valor cobrado hoje está em torno de R$ 3,90.

“O Estado cobra de imposto sobre a gasolina R$ 1,42, só que o que ele realmente deveria cobrar era R$1,17. Ele tem que cobrar sobre o preço que está sendo vendido. O Governo do Estado está cobrando em cima de R$ 4,60 e não existe esse preço. O governo era para ter reduzido”, finalizou.

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