Uma família do Piauí será retirada da ilha de Fernando de Noronha, após determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco para que moradores irregulares sejam retirados do arquipélago o mais rápido possível devido a pandemia do coronavírus, informou o G1.
Devido a pandemia, a ilha está fechada para o turismo e o Tribunal de Justiça de Pernambuco determinou que apenas moradores regulares e profissionais do governo devem permanecer no local. A administração da ilha começou a retirada dos moradores irregulares, entre eles está uma família do Piauí, a cozinheira Luzenira Anízia de Brito, de tem 51 anos, com seus três filhos: Marlon Brito, de 30 anos, um adolescente de 15 anos e uma criança de 10 anos.
- Foto: Ana Clara Marinho/TV GloboMarlon mora com a mãe e os irmãos em barraco de um cômodo em Fernando de Noronha
Ao G1, a piauiense disse que já foi notificada sobre a decisão e que recebeu passagens aéreas para sair da ilha neste sábado (4). Ela lamentou a situação, e disse que não era bandida, que foi para a ilha para trabalhar e que não tinha para onde ir. “Estamos irregulares em Noronha há um ano, nós vamos passar necessidade no continente. Eu só vim aqui para trabalhar, não sou bandida. Sou uma mãe de família. Nós vamos sair daqui para ir para as ruas do Recife”, afirmou Luzenira.
O filho de Luzenira, Marlon Brito, também trabalha na ilha como cozinheiro desde 2016. Ele afirmou que a empresa que o contratou não regularizou a sua situação junto ao Controle Migratório. “Nós somos trabalhadores, mas estamos sendo colocados para fora de Noronha como bandidos. Não temos como nos sustentar, vamos sair da ilha só com as malas, é difícil. Não fazemos mal a ninguém, não temos coronavírus, não façam isso conosco, esse é o apelo que faço”, pediu Marlon.
Em nota a administração da ilha informou que a família esteve “no setor social da Administração da Ilha solicitando ajuda para retornar ao continente, pois são moradores irregulares, sem vínculo trabalhista e encontram-se sem condições de permanecer na ilha, devido ao novo cenário de pandemia de coronavírus”.
A administração ainda destacou que “com relação às questões pessoais deles no continente, não temos como resolver. O retorno dos moradores irregulares a seus locais de origem cumpre uma decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco, da Vara Única do Arquipélago de Fernando de Noronha, que determina que todos que estejam na ilha sem permissão da Autarquia Territorial Distrito Estadual de Fernando de Noronha sejam conduzidos de volta ao continente”.
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