A delegada Luana Alves, do Núcleo de Feminicídio do DHPP, concluiu nessa quinta-feira (06) o inquérito sobre o assassinato de Silvana Oliveira Lima, morta com vários golpes de tesoura no último dia 30 de julho de 2020, e indiciou Maria do Socorro por homicídio duplamente qualificado. Vítima e acusada trabalhavam no centro de Teresina, em uma loja de roupas, onde o crime aconteceu.
De acordo com a delegada Luana Alves, em um bilhete escrito pela acusada ela narra que estava cansada de ser apontada como responsável por furtos ocorridos no local de trabalho, razão pela qual teria cometido o crime contra Silvana Oliveira Lima.
No entanto, a narrativa de Maria do Socorro foi desconstruída com o depoimento da proprietária da loja, que deixou claro que não havia nenhum registro de furto ou ocorrência parecida no estabelecimento.
- Foto: Lucas Dias/GP1Delegada Luana Alves
“Ela acreditava que estava sendo acusar de cometer furtos e subtrações de valores na loja, mas a proprietária e a funcionária do setor financeiro confirmaram que não existia essa possibilidade de valores, isso era uma história alimentada pela própria agressora. A gente sabe disso, pois nós apreendemos um bilhete em que a agressora dizia que estava sendo acusada de ‘roubo’, que estava levando a culpa e que a vítima teria acusado ela. Esse bilhete foi recolhido na loja e levado para a Central de Flagrantes e o próprio delegado apreendeu esse bilhete”, explicou.
- Foto: Reprodução/FacebookSilvana Oliveira Lima
Ainda de acordo com a delegada, os funcionários da loja além da proprietária foram ouvidos e relataram que não havia nenhum tipo de conflito entre vítima e acusada, fato que deixou a todos perplexos com o crime. “Inclusive, a mulher que foi presa trabalhava na loja e vendia guaraná da Amazônia, levava o produto para loja e uma das clientes era a própria vítima”, acrescentou.
- Foto: Reprodução/WhatsAppMaria do Socorro sendo conduzida para a Central de Flagrantes de Teresina
A filha de Maria do Socorro também trabalha na loja e relatou para a Polícia Civil que não sabia que a mãe nutria sentimento de perseguição contra Silvana Oliveira Lima. Ela disse que no momento do crime estava no local de trabalho, porém em uma sala diferente. “A filha também foi pega de surpresa, igual aos demais funcionários”, pontuou a delegada Luana Alves.
A tesoura utilizada no crime foi apreendida e a delegada Luana Alves indiciou Maria do Socorro por crime de homicídio qualificado por impossibilidade de defesa da vítima e pelo meio cruel.
Maria do Socorro segue presa desde o dia do crime.
NOTÍCIA RELACIONADA
"Botei para matar", diz suspeita de assassinar colega com tesoura em Teresina
Mulher agredida com golpes de tesoura dentro de loja morre no HUT
Ver todos os comentários | 0 |