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Ministério Público da Venezuela intima opositor de Nicolás Maduro

Órgão alinhado ao ditador tem como alvo o candidato da oposição venezuelana, Edmundo González.

O candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, foi intimado pelo Ministério Público para depor nesta segunda-feira (26), em meio a uma investigação criminal desencadeada após alegações de fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho. González é acusado de falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência, crimes informáticos e conspiração criminosa. A convocação foi anunciada pelo procurador-geral, Tarek William Saab, que afirmou que o opositor terá de prestar esclarecimentos sobre a manutenção de um site que divulgou atas eleitorais contestando a reeleição do ditador Nicolás Maduro.

O Ministério Público, alinhado a Maduro, alega que González, ao publicar as atas eleitorais, usurpou funções que pertencem ao Poder Eleitoral. As atas eleitorais são documentos que, como os boletins de urna no Brasil, permitem verificar a integridade do processo eleitoral. Apesar da pressão internacional, o governo venezuelano se recusa a divulgá-las. Um projeto independente colombiano verificou as cópias divulgadas por González e encontrou indícios de que os documentos são autênticos.


A reeleição de Maduro foi homologada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), mas é contestada por vários países e organizações internacionais. Segundo a oposição, González venceu com 67% dos votos, mas o regime declarou Maduro vencedor com 52% dos votos, sem fornecer evidências concretas. Em resposta, o governo reprimiu duramente protestos contra a reeleição, resultando em 27 mortes, quase 200 feridos e mais de 2.400 prisões.

Além de González, a líder da oposição, María Corina Machado, também é alvo de investigações por suspeitas de “instigação à insurreição” e outros crimes. Ambos são acusados de incitar a violência durante as manifestações contra o regime de Maduro. O procurador-geral Saab pediu a prisão de González e María Corina, responsabilizando-os pelos atos de violência que ocorreram após o anúncio da reeleição.

González não é visto em público desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação, e desde então tem se comunicado apenas por meio de redes sociais. Seu depoimento está marcado para as 10h de segunda-feira, quando será interrogado sobre suas ações antes, durante e após o dia 28 de julho.

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