O líder do grupo mercenário Wagner, Ievguêni Prigojin, estava na lista de passageiros de um jato executivo que caiu perto de Tver, na Rússia, matando todas as dez pessoas a bordo. O acidente ocorreu nesta quarta-feira (23) na rota que o jato de fabricação brasileira Embraer Legacy 600 fazia entre Moscou e São Petersburgo. O mercenário protagonizou, em junho, um motim contra a cúpula militar da Rússia do presidente Vladimir Putin em meio à guerra da Ucrânia.
O jato tinha matrícula RA-02785 e estava sob sanção dos Estados Unidos desde 2019 por ser considerado de propriedade de Prigojin, que era um aliado próximo de Putin. Se confirmada a morte do empresário em solo russo, será muito difícil para o Kremlin evitar as acusações de queima de arquivo.
Prigojin reapareceu em suas redes sociais com um vídeo que teria sido gravado durante operações do Wagner na África um dia antes do acidente. Ele foi visto embarcando na aeronave diversas vezes, inclusive, quando foi para Belarus após o motim fracassado de 24 de junho. O episódio nunca foi explicado totalmente, com diversas contradições em seu curso.
Nesta mesma quarta, um dos principais generais russos, Serguei Surovikin, foi demitido da chefia das Forças Aeroespaciais, após uma nebulosa investigação acerca de suas ligações com Prigojin e o motim, embora ninguém fale isso oficialmente na Rússia. Ele é o mais próximo ex-auxiliar do presidente russo a morrer em circunstâncias obscuras.
Conhecido como “chef de Putin”, por ter fornecido serviços de alimentação no Kremlin e ao governo russo, em contratos anuais de US$ 1 bilhão. Seu grupo mercenário, atuante desde 2014, foi instrumento importante na Guerra da Ucrânia até o rompimento de Prigojin com a cúpula militar russa, antes do motim.
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