O economista Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza, venceu o 2º turno das eleições nesse domingo (19) e se tornou o 52º presidente da Argentina. O libertário derrotou o atual ministro da Economia, Sergio Massa, com 55,76% dos votos.
Sua vice será a advogada Victoria Villaruel e ele tomará posse no dia 10 de dezembro. Milei terá como principal desafio uma grave crise econômica, com uma inflação recorde em mais de 30 anos.
Quem é Javier Milei
Nascido no dia 22 de outubro de 1970, em Buenos Aires, Milei teve uma infância conturbada, encontrando apoio em sua irmã, Karina Milei. Em algumas entrevistas, o economista declarou que, caso fosse eleito presidente, ela exerceria o papel de primeira-dama.
A partir de 2018, ele começou a se destacar na imprensa argentina com comentários polêmicos e um “discurso libertário”. Sua carreira política ganhou destaque em 2020, quando anunciou sua candidatura à Presidência da Argentina.
Um ano depois, Milei criou a coalizão La Libertad Avança e foi eleito deputado federal. No mesmo período, sua coligação conquistou mais quatro cadeiras nas eleições legislativas.
Principais opiniões
Milei é declaradamente apoiador do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Além disso, ele é um crítico do presidente brasileiro, Lula, a quem já acusou de “sabotar sua candidatura” e de “corrupto, ladrão e comunista”.
Ele se considera um “anarcocapitalista”, doutrina que prega a soberania do indivíduo frente ao Estado. Além disso, Milei é contra o ensino de educação sexual nas escolas e a favor da venda livre de órgãos humanos.
O economista também é totalmente contra o aborto, declarando que defende “a vida, a propriedade e a liberdade”. Seu discurso é caracterizado por frases como “contra tudo e contra todos” e “não vim guiar cordeiros, vim despertar leões”.
Principais propostas
Milei afirmou em campanha que suas principais medidas terão foco na economia da Argentina, para sanar a crise que assola o país. As propostas consideradas mais polêmicas são a “dolarização da economia”, que pretende substituir peso pelo dólar, e acabar com o Banco Central.
Além disso, o economista quer fazer uma desregulamentação para compra de armas e criar medidas contra o aborto e a educação sexual em escolas.
Curiosidades
A vida pessoal de Milei se tornou conhecida após a publicação de uma biografia não autorizada pelo jornalista Juan Luis González, durante a campanha presidencial. O livro mostra a relação do economista com o esoterismo após a morte de seu cachorro, Conan, em 2017.
De acordo com a imprensa, ele levou amostras do DNA do animal para uma empresa fazer clones de Conan. Em sua campanha, Milei se refere a seus quatro cachorros como “seus filhos de quatro patas”.
Além disso, o economista já teve um camarote e uma estrela no museu do clube Boca Juniors. No entanto, ele já afirmou que sua paixão pelo time acabou em 2011, com a aposentadoria do atacante Martín Palermo, e discordâncias políticas com o ex-presidente Daniel Angelici.
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