O governo da Rússia anunciou nesta sexta-feira (6) que vai suspender parte das restrições às exportações de combustíveis que havia imposto em setembro. A medida visa aliviar a pressão sobre o mercado interno, que enfrenta escassez de diesel e gasolina. Na época, a decisão afetou o Brasil, que depende em grande parte do diesel russo para atender sua demanda.
Segundo o comunicado oficial, a suspensão vale para o combustível entregue aos portos por meio de oleodutos. As proibições às exportações de gasolina continuam em vigor. Além disso, o governo russo vai aplicar um “imposto de proteção” sobre os produtos petrolíferos, para evitar as chamadas “exportações cinzentas”, ou seja, exportações por meio de canais não autorizados. O imposto será de 50 mil rublos (cerca de R$ 2.558) por tonelada.
As restrições às exportações de combustíveis foram divulgadas em 21 de setembro, como uma forma de abastecer o mercado doméstico frente à paralisação para manutenção de algumas refinarias. Na ocasião, o governo russo determinou o corte de 30% das exportações de diesel e óleo cru. A medida causou preocupação no setor energético brasileiro, que depende em grande parte do diesel russo para atender sua demanda.
De acordo com um relatório do banco Goldman Sachs, 25% da demanda brasileira pelo recurso é atendida por importação. Em agosto, 75% desse montante foi preenchido pelo combustível russo. Com a suspensão parcial das restrições, o Brasil pode ter mais dificuldade para obter o diesel necessário para seu consumo interno. Por outro lado, a medida pode aliviar a tensão no mercado global de energia, que tem enfrentado alta nos preços e na demanda.
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