A União Europeia protagonizou uma polêmica mundial ao autorizar a venda de farinha de grilo para a população. No centro da polêmica estão os membros do "Irmãos da Itália", que é o partido conservador da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, que criticaram a medida ao afirmar que se trata de uma estratégia para destruir “nossas tradições alimentares”.
De acordo com a decisão da União Europeia, a autorização da comercialização da farinha de grilo parcialmente desengordurada vale a partir do dia 24 de janeiro. O produto teve parecer favorável da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) em março de 2022. Porém, somente a empresa Cricket One, que tem sede no Vietnã e filiais na Europa, Estados Unidos, Japão e África do Sul, está autorizada a comercializar a farinha de grilo por um período de 5 anos.
"Medida que beira a loucura"
O partido da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni criticou ferrenhamente a decisão. O vice-primeiro-ministro Matteo Salvini escreveu no Twitter: “farinha de grilo. Não, obrigado. Se alguém na Europa gostar de comer insetos, que o faça, mas para meus filhos eu prefiro os sabores e os perfumes da nossa terra e os defendo", tuítou ele, que também é o ministro da Infraestrutura e Transporte.
Polvere di grillo… No, grazie.
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) January 4, 2023
Se qualcuno in Europa ha piacere a mangiare insetti faccia pure, per i miei figli preferisco i sapori e i profumi della nostra terra e li difendo. E voi? pic.twitter.com/pgkgNfO0bY
Outro parlamentar que teceu críticas foi o deputado Nicola Procaccini, que escreveu em uma postagem: “e nada, eles realmente fizeram. Depois das férias você sabe, você presta um pouco mais de atenção à sua figura, então a partir de amanhã pó de grilo para todos! Desfrute de sua refeição”, ironizou.
E niente, l'hanno fatto davvero. Dopo le feste si sa, si sta un po' più attenti alla linea, quindi da domani grilli in polvere per tutti! Buon appetito pic.twitter.com/PqhrG3Bykh
— Nicola Procaccini (@NProcaccini) January 4, 2023
A deputada Maria Cristina Caretta, que é membro do "Irmãos da Itália" e vice-presidente da Comissão de Agricultura na Câmara, foi incisiva em sua crítica.
“A introdução do grilo em pó como alimento na UE faz parte do desenho voltado a destruir as nossas tradições alimentares, a excelência da dieta mediterrânea e do Made in Italy. É desolador ver que perante as crises econômico-energética, diplomáticas e políticas, a Europa só se mantenha com medidas que beiram a loucura, como a regulamentação dos insetos como alimentos”, declarou a deputada conservadora.
Além da farinho de grilos, a associação lembrou que a União Europeia também já autorizou a venda da larva-da-farinha-amarela (Tenebrio molitor) e do Gafanhoto-migratório (Locusta migratoria).
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